PUBLICIDADE

A história será diferente, diz Parreira

Por Agencia Estado
Atualização:

Carlos Alberto Parreira não recorre a bola de cristal nem é dado a adivinhações. Mesmo assim tem certeza de que a história de Brasil e Argentina, nesta quarta-feira à noite, tomará rumo diferente daquela do início do mês em Buenos Aires. Na avaliação do treinador da seleção, os 3 a 1 no Monumental de Núnez ocorreram por uma série de fatores que não devem repetir-se no belo e moderno Waldstadion, em Frankfurt. Desde sábado que Parreira não tem sossego por conta dos argentinos. Logo após a vitória sobre a Alemanha, foram muitas perguntas a respeito de provável - e afinal confirmado - duelo com os ?hermanos? na decisão da Copa das Confederações. No início, partiu para evasivas, sob a alegação de que tudo eram hipóteses. No domingo, porém, admitiu que seria o encontro de duas escolas técnicas por excelência. Nesta segunda-feira, defendeu a tese de que o enredo do novo episódio de uma rivalidade sem fim será diferente do anterior. "Os argentinos há um ano estavam com dois resultados entalados na garganta", lembrou Parreira. "A derrota por 3 a 1 no Mineirão, pelas Eliminatórias, e a perda do título da Copa América", disse. "Eles se prepararam com todo cuidado para nos enfrentar em Buenos Aires, tanto que jogaram com time misto contra o Equador e perderam." Mas, na avaliação de Parreira, houve mais aspectos a considerar, agora descartados. A começar pela torcida e o clima. "O jogo foi disputado às dez da noite, fazia frio de 10 graus e aqui está bem quente e começará às 9 da noite, ainda com sol e claridade", observou. "Eram 70 mil torcedores empurrando o time, pressionando o Brasil. Aqui, eles não estarão", destacou. "São detalhes que tiveram peso decisivo naquela partida." O gol aos 3 minutos também pesou em favor da Argentina, na opinião do treinador. Com a vantagem, aumentou a confiança dos eternos rivais do Brasil, que se entusiasmaram, foram à frente e viraram o primeiro tempo com 3 a 0. Para que isso pelo menos não se repita, Parreira espera anular as jogadas pelas laterais e os cruzamentos. Tanto que nesta segunda pediu atenção especial à defesa e insistiu na ajuda de meio-campo e ataque. "É coisa antiga no futebol, mas vale lembrar", frisou. "Temos de marcar os adversários e não a bola." Essa observação, garantiu, não significa que tenha diminuído a confiança na dupla de zaga titular. "O Lúcio e o Roque jogam na Europa e estão acostumados a esse tipo de jogo", insistiu. Parreira também não deve mudar o esquema, pelo menos no início. Com isso, confirma a tendência de que entrará com o quadrado formado por Ronaldinho, Kaká, Adriano e Robinho. Alterações, só se forem necessárias. Ou se Riquelme e Sorín desequilibrarem. Ambos receberam elogios do técnico campeão do mundo em 1994. "O Riquelme está em ótima forma e desequilibra", disse. "O Sorín tem coração enorme, luta do início ao fim e ataca e defende sempre com a mesma eficiência." No fundo, o que encanta Parreira é o encontro de dois gigantes do futebol mundial na terra da próxima Copa. Para ele, é a consolidação de duas escolas em que sobressaem a técnica e a habilidade. "E, vamos admitir claramente, são dois favoritos ao título no ano que vem."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.