Acácio virou treinador de goleiros

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Por Agencia Estado
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Ex-goleiro do Vasco e da seleção brasileira, Acácio parou de jogar futebol em 1995 e logo iniciou uma nova atividade: treinador de goleiros. Primeiro, no Fluminense, a convite de Carlos Alberto Lancetta. Depois de sete anos nas Laranjeiras, entrou no Botafogo em 2002. Sua missão agora é descobrir e ensinar goleiros. Acácio coordena os treinamentos dos goleiros de base do Botafogo e normalmente trabalha em dois períodos por dia. Dá atenção a vários aspectos da profissão: elasticidade, impulsão, reflexo, precisão na hora de definir o "tempo certo" para sair na bola. Ele não faz inovações, apenas tenta aperfeiçoar o que já conhece do ofício. Embora tenha identificação muito grande com o Vasco, clube que o projetou nos anos 80, Acácio diz se sentir "em casa" no Botafogo. Sua contratação foi facilitada pela amizade com o presidente do clube, Bebeto de Freitas. Nas conversas diárias com Jefferson, titular do gol, o reserva Max e os outros goleiros do Botafogo, Acácio tenta transmitir também um ponto que ressalta fundamental para o desempenho de quem escolhe a posição considerada a mais ingrata do futebol: o jogador precisa ter confiança na sua capacidade. Sem hesitar, ele aponta Dida como o melhor goleiro do Brasil na atualidade, embora faça muitos elogios a Marcos e Julio Cesar, os outros preferidos pelo técnico da seleção, Carlos Alberto Parreira. "O primeiro (Marcos) tem no currículo uma Copa do Mundo irrepreensível. O Júlio também é excelente, mas ainda lhe falta um pouco mais de rodagem." Para Acácio, goleiro de seleção é como "um cargo de confiança" do treinador. Ele faz questão de citar outro jogador como referência para a posição. "Rogério Ceni dispensa comentários", afirma, argumentando que um atleta com mais de dez anos de titularidade num clube da projeção do São Paulo não pode ter sua competência questionada. Gomes, ex-Cruzeiro e agora no PSV, também integra a lista dos melhores do País, na avaliação de Acácio. Ele atribui a Valdir de Moraes, ex-goleiro do Palmeiras nos anos 50 e 60 e atualmente consultor-técnico do Santo André, o começo de um trabalho mais profissional, cujos frutos começaram a surgir na última década. "Os goleiros melhoraram quando passaram a ser treinados por ex-goleiros. Quem deu esse pontapé inicial foi o Valdir de Moraes." Como funcionário do Botafogo, Acácio viveu ano passado uma de suas maiores emoções. Disse que chorou pela segunda vez em sua vida, por causa de futebol, assim que terminou o jogo entre o time carioca e o Atlético-PR, na última rodada do Campeonato Brasileiro. O Botafogo enfim conseguira se livrar do rebaixamento. "Eu chorei feito criança." Muito antes, na fase de preparação para o Mundial de 1986, Acácio também se descontrolou quando foi convocado pela primeira vez para a seleção brasileira e, logo em seguida, acabou cortado do grupo por causa de uma contusão.

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