ZURIQUE - Atacada e acusada de manipulação, a Fifa tenta se explicar por conta da votação para a Bola de Ouro de melhor jogador do mundo, entregue nesta segunda-feira ao atacante Cristiano Ronaldo. Técnicos e jogadores acusaram a entidade de ter mudado as datas da votação para favorecer o português. Lionel Messi e Franck Ribery também concorriam. Pela primeira vez na história, a Fifa adiou a votação e acabou incluindo também os jogos da repescagem das Eliminatórias. Ronaldo brilhou e muitos alertaram que isso poderia ter pesado à seu favor. Mas o adiamento não incluiu o Mundial de Clubes no Marrocos, onde Ribery foi eleito o melhor e saiu com a taça. Walter de Gregório, diretor de Comunicação da entidade, usou a coletiva de imprensa nesta tarde dos candidatos para tentar se explicar. "O processo foi supervisionado pela PriceWaterHouse", disse. Segundo ele, a data para enviar os votos era 15 de novembro, mas diante do baixo número de votos, o prazo foi adiada para 29 de novembro. Gregório insistiu que, mesmo que se a votação de 15 de novembro tivesse sido usada, o vencedor seria o mesmo. "No meio de novembro, tínhamos recebido apenas 50% dos votos. Ao final, foram 88%", disse. "Algumas pessoas manipularam o processo ", disse o presidente do Bayern Munique, Uli Hoeness, antes mesmo do anúncio ao chegar em Zurique. "Não se ajusta nos planos de alguns que o Bayern ganhe tudo", insistiu, apontando uma "conspiração". O próprio Franck Ribery chamou o processo de "vergonha". "Foi o meu ano. Não vejo lógica (ao não ganhar)". "Não posso fazer mais para ganhar a Bola de Ouro. Ganhei tudo este ano", disse.