Em meio às negociação para a eleição à presidência do Corinthians, marcada para a próxima terça, dia 9, reapareceu um velho nome para apoiar Waldemar Pires: Adílson Monteiro Alves. Os dois conversaram muito sobre a possibilidade do retorno da velha Democracia Corintiana ao Parque São Jorge. O movimento dominou o clube no início da década de 80. Os aliados dos dois garantem que há chance de vitória porque tanto Waldemar como Adilson não tiveram ligação com o ex-presidente Alberto Dualib. Todos os outros candidatos, Andrés Sanchez, Paulo Garcia e Osmar Stábile já trabalharam por Dualib. Andrés confirmou sua candidatura na noite de segunda-feira, depois de receber o apoio de mais de 100 conselheiros - 397 têm direito a voto. E a unanimidade que não surgiu em nome de um presidente de consenso para cumprir o resto do mandato de Dualib, até janeiro de 2009, entra em cena quando os candidatos informam sua posição em relação ao técnico Nelsinho Baptista. O discurso é o mesmo: se o time estiver perdendo, na zona de rebaixamento, Nelsinho será trocado. Ninguém quer se arriscar ser o presidente do clube se a equipe for rebaixada. Com a desistência de Antoine Gebran da briga, os candidatos buscam seu apoio. O atual vice-presidente de Futebol só não fará aliança com Andrés Sanchez, que não concorda com de Gebran. As conversas estão à toda. Rubens Approbato Machado e Roque Citadini, Romeu Tuma Júnior e o presidente interino Clodomil Orsi estão tentando de todas as maneiras amarrar uma candidatura única contra Andrés Sanches. A alegação dos que buscam a união é a de que o discurso dele é muito radical e que ele pretende dirigir o clube sozinho. Investigações A administração Alberto Dualib (1993-2007) deixou o Corinthians "inundado" de notas fiscais frias, como havia previsto o promotor José Reinaldo Carneiro, do Ministério Público, que investiga desvios de dinheiro no clube. Na semana passada, foi descoberto que o clube pagou R$ 971 mil por serviços nunca prestados às empresas de consultoria NBL e Goodwill. Outro inquérito policial mostra que o clube também pagou por pequenos serviços que ou nunca foram realizados, ou não foram justificados. Por exemplo: R$ 11 mil com uma transportadora (a nota fiscal não especifica o serviço prestado), R$ 22 mil para uma empresa por "gravações em vídeo", R$ 5,5 mil pela "troca de calhas e rufos" numa casa que não pertence ao clube. Também chamam a atenção duas notas fiscais (uma no valor de R$ 3.628,26 e outra de R$ 4 mil), emitidas no mesmo dia, 2 de agosto de 2004. Todos os gastos foram autorizados por Dualib, Nesi Curi (ex-vice-presidente), Carlos Roberto de Mello (ex-vice de finanças) e Marcos Roberto Fernandes (ex-controler do clube).