Adrianinho salva Ponte na despedida

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Adrianinho está deixando a Ponte Preta e no jogo de despedida deixou um presente para seu único time até agora no futebol profissional: seu gol, aos 25 minutos do segundo tempo, garantiu à clube de Campinas a permanência na primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Foi o chamado "gol na hora certa". O Fortaleza dominava o jogo e Marcos Paulo havia chutado uma bola na trave, com o goleiro Lauro já batido. Os locutores de rádio já falavam que o "sobrenatural" estava salvando a Ponte, quando Adrianinho mostrou que seu futebol pode ser muito real, muito concreto. Tabelou com Gigena, livrou-se de Fernandão e chutou forte no canto direito baixo do goleiro Jefferson. Foi o seu quinto gol no Brasileiro. O mais importante de todos. "A semana toda eu falei que a gente ficaria na primeira divisão. A Ponte merece esse lugar", comemorou o jogador. Durante a semana, falou-se que Adrianinho iria para um dos três grandes da capital paulista. Neste domingo, ele confirmou que sai, mas não disse para onde. "Um grupo de empresários quer comprar meu passe e me levar para a Itália. É a única coisa que sei. Não gostaria de sair da Ponte Preta, mas meu salário está atrasado nove meses e o clube não terá como acertar isso. Tenho que sair mesmo. Meu vínculo termina no dia 31 e vou sair." Adrianinho mandou um recado aos 21 jogadores que deixaram a Ponte Preta durante o campeonato, por atraso de salários: "Os que ficaram aqui provaram que são homens. Talvez o grupo que ficou não seja o melhor, mas foi o mais corajoso, o que ama mais a Ponte e o que tem mais caráter." O amor pela Ponte vem das categorias de base, onde Adrianinho chegou há dez anos. Adriano Laaber, de 23 anos completados em julho, estreou na Ponte, em campeonatos brasileiros, em 1998, com 17 anos. "Nasci aqui e amo este clube. Só estou saindo porque não posso mais", admitiu. Neste domingo, ele teve um primeiro tempo de pouco brilho, mas no segundo foi o grande nome do jogo. "O Abel pediu que eu recuasse um pouco para fazer a bola rodar e chegar aos atacantes. Eu vim de trás e fiz algumas boas tabelas. Foi um pedido do Abel, que enxergou o jogo muito bem. Apesar de ter feito um bom papel, quero continuar jogando como meia e não como volante, como foi no segundo tempo. Quero ir para um time que não tenha três ou quatro na minha posição e que eu possa continuar jogando como sei", avisou Adrianinho.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.