Advogado nega participação na máfia

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Por Agencia Estado
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O advogado Daniel Gimenes negou participação no esquema de manipulação de resultados de futebol, que ficou conhecido como Máfia do Apito. O promotor do Gaeco, Roberto Porto, afirma, no entanto, que as provas contra Gimenes são incontestáveis e que ele já foi indiciado por formação de quadrilha, crime contra a economia popular, estelionato e falsidade ideológica. ?Não achamos ser necessário prendê-lo, como ocorreu com outros acusados, porque ele se ofereceu para vir falar, não acreditamos que o Daniel possa prejudicar o inquérito?. O advogado, que chegou cedo nesta quarta-feira à sede da Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, disse que tinha conhecimento da existência da Máfia, porém, não teria tido qualquer atuação. ?Ele garante que ficou sabendo do esquema através de seu amigo Nagib (Fayad, empresário que coordenaria a operação), mas só de ouvir falar, sem saber maiores detalhes?, contou Porto. Entretanto, dados em mãos do Gaeco e da PF mostram que Daniel Gimenes faltou com a verdade. ?Seu nome aparece em inúmeras ligações telefônicas interceptadas e ele próprio conversou com o Danelon para tratar do acerto de R$ 10 mil para o jogo Ituano x Marília (2 a 1, pelo Campeonato Paulista)?, disse o promotor, que lembra ainda que Gimenes foi citado por envolvidos no esquema como sócio de Nagib Fayad. O ex-árbitro Paulo José Danelon havia dito à PF que, para convencê-lo a entrar no esquema, Daniel Gimenes havia lhe oferecido um empréstimo de R$ 7.500. O advogado confirma ter dado este valor ao ex-juiz, ?mas para ajudá-lo, sem qualquer outra intenção?. Ele negou ainda ter pago para outro acusado, Vanderlei Pololi, viajar de Piracicaba a Jacareí para convidar o ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho. O próprio Pololi, no entanto, admitiu ter recebido do advogado o valor das passagens. Na tarde desta quinta, o delegado Protógenes Queiroz ouve duas testemunhas citadas no inquérito: a bandeirinha Ana Paula de Oliveira e o árbitro Paulo César de Oliveira. Os promotores do Gaeco, Porto e José Reinaldo Guimarães Carneiro, estarão em Brasília, prestando esclarecimentos à CPI dos Bingos.

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