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Aliviado, Grafite só pensa no clássico

Após o final feliz do seqüestro de sua mãe, o atacante do São Paulo treinou bem e garantiu estar afiado para o jogo contra o Corinthians, domingo, no Morumbi.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um, dois, três, quatro....muitos gols. Acertar o número exato foi impossível. E não eram os melhores momentos do jogo São Paulo x Portuguesa Santista (vitória por 5 a 0). Tratava-se do primeiro treino de Grafite após o fim do seqüestro de sua mãe, Ilma de Castro Libânio. O jogador, sem esconder o largo sorriso após o final feliz da desagradável história de quarta-feira, participou de um mini coletivo nesta sexta-feira, com os jogadores que não enfrentaram a Briosa e, com grande empenho, deu uma mostra do que o Corinthians pode esperar domingo, no Morumbi. "Quero ajudar muito o São Paulo a conquistar a vitória e marcando gols. Se conseguir, vou dedicá-los para minha mãe," afirmou o atacante, de volta após cumprir suspensão. "Estou ansioso para jogar e espero estar com o pé calibrado para marcar muitos gols." Mas Dona Ilma não estará no Morumbi para receber a homenagem. No momento, entende Grafite, a hora é de preservá-la já que ainda está bem abalada. "Ela não deve ficar aparecendo agora." Confiante para o clássico, inseguro para outra batalha na qual já vem sofrendo para conseguir sair vencedor. Há algum tempo, Grafite tenta tirar os pais de Campo Limpo Paulista. Sempre que pode, tenta convencê-los de morar em outro lugar. "Eles dizem que a cidade é calma, que em 20 anos morando lá, nada aconteceu," lembrou. "Mas agora não tem jeito, até porque nem eu, nem minha mãe, conseguiremos ficar tranqüilos naquela casa." Após o seqüestro da mãe de Robinho, Grafite iniciou obras na residência dos pais. Ampliou o muro e, em breve, colocaria grades altas. "Infelizmente não deu tempo." Agora, quer parar a obra e encontrar local mais seguro para a mãe, o pai Odair e o irmão Emerson. Se possível, na capital. Milagre - O católico Grafite encontrou forças para superar as 24 horas do seqüestro de sua mãe, na fé. Rezou muito e creditou a um milagre, poder abraçá-la já no dia seguinte ao crime. Nesta sexta-feira, aliviado, fez belo discurso de agradecimento a jogadores, dirigentes, técnicos e jornalistas, dos quais ganhou força no "momento mais difícil da sua vida". Devoto de Nossa Senhora Aparecida, batizado inclusive na cidade, adiantou que na próxima folga do São Paulo, levará sua mãe até a Basílica, no interior de São Paulo, para agradecer. "Rezo muito, freqüento a igreja toda semana e claro que vou com minha mãe até a Aparecida." Grafite procurou não esquecer nenhuma demonstração de carinho. Ficou feliz com força recebida de atletas de Corinthians, Palmeiras, Santos... "Mostra que nesta hora somos todos companheiros." E deu um muito obrigado com grande emoção para moradores da cidade de Monte Alegre. "Quando acharam minha mãe, no exato momento, eles estavam fazendo uma corrente de oração. Foi uma coisa divina." Grafite só espera que a moda de seqüestro não vire rotina com jogadores de futebol. E sobre os seqüestradores - nunca os viu - nada de demonstração de raiva. Apenas uma mensagem. "A justiça de Deus vai dar o que eles merecem." Até esta sexta-feira, só 14 mil ingressos haviam sido vendido dos 66.871 colocados à venda.

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