Álvaro Dias crê na saída de Teixeira

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Por Agencia Estado
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A reaparição de Ricardo Teixeira não surpreendeu o senador Álvaro Dias (PDT-PR). Como também não provocaram mal-estar no parlamentar as declarações do cartola, que agiu em Assunção como se nada de anormal estivesse ocorrendo a sua volta. O presidente da CPI do Futebol, recentemente encerrada, voltou a mostrar ceticismo quanto a eventual renúncia do dirigente e aposta em medida provisória para obter mudanças práticas e imediatas no comando da CBF. "Que bom que o Ricardo Teixeira esteja novo em folha", observou o senador, de seu escritório político, em Curitiba. "Torci muito pela saúde dele, mas torço mais ainda pela saúde do futebol brasileiro", emendou. A receita para a recuperação da credibilidade da principal atividade esportiva do País, em sua avaliação, passa pelo afastamento de Ricardo Teixeira e outros integrantes da cúpula da CBF. Mas, como tem repetido com insistência, não confia na hipótese de saída espontânea. As mudanças virão, segundo prevê, se entrar logo em vigor a MP que interfere diretamente no futebol. "Renúncia é decisão unilateral, que depende de caráter e de vergonha na cara", ponderou Álvaro Dias, ao mesmo tempo em que reafirmou confiança no poder de reação do governo. "Só acredito na força da lei." Álvaro Dias conversou nesta sexta-feira com Carlos Melles, ministro dos Esportes e Turismo, e ficou acertado encontro de assessores de ambas as partes. A reunião, na terça-feira, em Brasília, servirá para analisar pontos da MP que possam levantar dúvidas. "Queremos tudo dentro da legalidade", insistiu o senador. "Essa preocupação é nossa, do ministro e do presidente da República", afirmou. "A intenção é a de usar legislação dura, mas dentro da constitucionalidade." O presidente da CPI do Futebol não ignora que há pressão para amenizar os efeitos da MP. Um dos argumentos utilizados por simpatizantes da alta cartolagem nacional seria o "risco" de a Fifa afastar o Brasil de competições internacionais por conta de interferência oficial do governo em assuntos esportivos. "São explicações surradas", desdenhou Álvaro Dias. "Essa gente usou a tática do silêncio, em um primeiro momento, e agora aproveitar recesso da Justiça e do Congresso para reagir", criticou. "Mas espero que antes do Natal tenhamos a Medida Provisória como presente."

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