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Álvaro Dias critica Lula por causa da CBF

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Por Agencia Estado
Atualização:

A aproximação entre Lula e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, que pôs o time de craques milionários à disposição da diplomacia nacional, é criticada pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR). À frente da CPI do Futebol no Senado em 2001, Dias pediu ao Ministério Público o indiciamento de Teixeira e outros 16 dirigentes esportivos. "O governo não considera a questão ética como critério para se relacionar politicamente e administrativamente", afirma o senador tucano. O ex-presidente da CPI reclama que Teixeira já esteve duas vezes no gabinete de Lula. "Quando o Brasil conquistou o penta, o presidente da CBF, apesar de todas as denúncias, foi recebido como herói no Planalto pelo presidente Fernando Henrique Cardoso", diz. "E no atual governo e no PT não há nenhuma reserva ao comportamento ético das pessoas." O senador lembra do encontro de Lula, no mês passado, com o ditador do Gabão, Omar Bongo. "Quem desfila em carro aberto ao lado de um ditador não tem limites no plano da política." Dias observa que estão lentas as investigações de desvios de recursos no futebol no âmbito do Ministério Público. "A conquista da Copa do Mundo de 2002 infelizmente amenizou a favor dos envolvidos", avalia. "Se não fosse o título, a opinião pública cobraria uma resposta mais rápida." O senador ressalta, porém, que a CPI conseguiu que o Judiciário condenasse o ex-deputado Eurico Miranda, que teve a pena de prisão de um ano e seis meses convertida em multa de R$ 93 mil e prestação de serviço à comunidade. Bandida - A cúpula da CBF também teve as contas abertas pelos deputados da CPI da CBF/Nike, instalada no mesmo período da comissão do Senado. O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, que foi presidente da CPI da CBF/Nike, não quis comentar a relação entre o governo e Teixeira. O relatório assinado à época por Rebelo diz que "Teixeira usa os recursos da entidade máxima do futebol como se esta fosse uma de suas empresas". O documento sugere ainda que a CBF tomava empréstimos no exterior a juros extorsivos e desfavoráveis. "As investigações da CPI deu nome aos bois. Escancarou os subterrâneos do futebol (...). Os ´bons´ tempos da CBF ´bandida´ estão acabando", avalia o relatório do agora calado Aldo Rebelo. Um interlocutor do Planalto defende a "diplomacia do futebol": "Se o presidente deixar de receber quem é indiciado, ninguém mais entra no palácio". Em uma das sessões da CPI presidida por Rebelo, o presidente da CBF foi obrigado a passar 13 horas defendendo-se das acusações. Tanto no Senado quanto na Câmara, os parlamentares petistas estavam sempre no grupo que mais atirava. Faziam parte dessa lista o atual presidente da Petrobrás, ex-senador José Eduardo Dutra, e o ex-deputado e candidato derrotado ao governo do Distrito Federal, Geraldo Magela.

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