Gabigol foi apresentado ao público de Milão como o novo Ronaldo. A Inter organizou uma grande cerimônia, com um forte impacto midiático, para sua chegada, mas as expectativas foram exageradas. Ele sentiu os problemas de adaptação ao ambiente italiano e a um estilo de jogo bem diferente do brasileiro.
Os italianos dedicam uma atenção quase excessiva à disciplina tática. Um jogador que tem falhas nesse aspecto tem dificuldades para encontrar espaços. As equipes se concentram na fase defensiva, com marcações fortes e faltas de espaços, os atacantes têm de marcar, fatores que geralmente complicam a adaptação de um jogador sul-americano. Stefano Pioli, treinador da Inter antes de Luciano Spalletti, declarou que Gabriel tinha uma dificuldade de suportar a intensidade física dos treinos, mesmo que estivesse melhorando.
A presença de jogadores como Icardi ou Candreva, entre os melhores do torneio italiano, não o ajudou. Gabriel também não se ajudou. Mesmo quando entrou em campo, ele não se entregou totalmente. Por outro lado, ele conquistou o coração e a simpatia da torcida do Inter que sempre tentou dar suporte para suas atuações.
A gota d’água foi um ato de indisciplina. No penúltimo jogo do ano, Gabriel abandonou o banco quando o técnico Stefano Vecchi escolheu Pinamonti para entrar nos últimos minutos. Foi a ruptura definitiva.