Talvez não exista esporte mais democrático que o futebol. Brancos, negros, amarelos, baixinhos, altões, magrinhos e até gordinhos têm espaço para brilhar no futebol. Que bom que, neste 15 de julho de 2018, na final da Copa da Rússia, não estejamos falando de Cristiano Ronaldo, Messi, Neymar, Guardiola... Novas figuras do mundo da bola pedem passagem entre os olimpianos, aquelas personalidades que assumem status de vedetes, passando a habitar o imaginário das pessoas comuns.
Com o título mundial conquistado pela França após vitória por 4 a 2 contra a valente Croácia, em Moscou, é hora de falar de Mbappé, Deschamps, Pogba, Griezmann... E também, é claro, de Rakitic, Modric, Perisic e Mandzukic. Estamos diante de uma nova realidade. Novos heróis. Esse, talvez, seja o maior legado da Copa do Mundo da Rússia.
Daqui pra frente, os franceses, que tanto amam e idolatram Zidane e o querem no comando da seleção, terão de se dobrar perante Didier Deschamps, campeão mundial como treinador e jogador, assim como os mitos Zagallo e Beckenbauer. A França de Deschamps é impiedosamente pragmática. Mas, não há dúvida de que seu estilo conservador é extremamente eficiente. Esse é o futebol moderno.
Aos súditos de Cristiano Ronaldo e Messi, é bom ficar de olho no fenômeno Mbappé, nova joia da coroa e principal candidato a assumir o reinado do futebol. Aos 19 anos, o garoto tem futebol inventivo, visão de jogo privilegiada e faro de gol capazes de derrubar todo e qualquer adversário. É arisco e abusado, como manda a cartilha dos verdadeiros craques.
Também é hora de reverenciar Griezmann, o Diabo Loiro Francês, e Pogba, um sujeito extrovertido e brincalhão, que ama o Brasil e é fanático por guaraná. Sinal de novos tempos...
*CHEFE DE REPORTAGEM DO 'ESTADÃO'