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ANÁLISE - Mano caiu em seu melhor momento

Por Mateus Silva Alves
Atualização:

Mano Menezes

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certamente está espumando de raiva. E com razão. Nos momentos mais complicados de sua passagem pela seleção brasileira, quando os resultados eram medíocres e as críticas, terríveis, ele de alguma maneira conseguiu se manter no cargo. Foi assim depois da fraquíssima campanha na Copa América, no ano passado, e no começo deste ano, quando o futebol mostrado pela seleção nos amistosos era duro de engolir. Agora que o gaúcho dava sinais evidentes de ter montado um time capaz de jogar um bom futebol na

Copa das Confederações

- e, principalmente, na

Copa do Mundo

-, sua cabeça foi cortada.

Se alguém analisar o trabalho de Mano apenas com base nos resultados (e certamente muita gente está fazendo isso), concluirá que o gaúcho não deixará saudades. Em mais de dois anos à frente da equipe nacional, o treinador não conseguiu uma mísera vitória sobre uma equipe de primeiro escalão - os triunfos sobre a Argentina no dispensável Superclássico das Américas não contam, já que os times não jogam com todos os seus melhores jogadores. Além disso, a perda da medalha de ouro olímpica pesa contra o gaúcho. Mas é preciso valorizar as coisas boas que Mano fez na seleção, porque elas existiram, sim. A saber: com ele o Brasil voltou a jogar conforme suas tradições, com pressão no campo do adversário, troca de passes e busca constante do gol. Assim, a seleção a seleção abandonou o infeliz estilo implantado por Dunga, que fechava a equipe e apostava tudo nos contra-ataques. O recente amistoso com a Colômbia, apesar de ter terminado em empate, foi uma demonstração do bom futebol que o Brasil vinha jogando nos últimos meses.

Agora que Mano foi obrigado a pegar o seu boné, o mais importante é saber quem será o novo técnico. Ou melhor, há algo ainda mais importante: saber se o sucessor de Mano vai manter a base montada por ele - e, principalmente, o estilo de jogo implantado pelo gaúcho - ou se vai colocar a casa abaixo para começar a construí-la do zero, tendo apenas três amistosos antes da Copa das Confederações. Se optar por esse segundo caminho, muito provavelmente o próximo comandante da seleção vai ter problemas. E não serão poucos.

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