O estádio do Palmeiras tem duas funções básicas: abrigar as partidas do time e sediar shows musicais, caracterizando sua condição multiuso. Na cabeça do torcedor, que se encontrou na nova casa e guarda o Palestra Itália no coração, o uso da arena deve ser exatamente na ordem acima: primeiro vem o futebol; depois o espetáculo. Não está claro ainda se a WTorre entende dessa maneira. Deveria entender, mesmo a despeito de o Palmeiras ter direito a 20% das bilheterias dos shows.
Para o torcedor, mais vale ver a grama verdinha e reta, feito um tapete, do que qualquer outro ganho com o local. O clube sabia das minutas do contrato da parceria, da sua condição de “inquilino” por 30 anos e topou. Mas isso não impede que as partes revejam conceitos, parem de brigar e remar para lados opostos e passem a discutir juntas soluções para o problema: a condição ruim da grama. É preciso um bom gramado para se jogar um bom futebol.
Há muita picuinha nessa dobradinha, e não é de hoje. E ainda restam mais 28 anos de convívio no Allianz. De modo que a WTorre não pode deixar o time pagar o pato e ter de atuar em gramado ruim, que não condiz com o próprio estádio, tampouco com o que foi pensado e proposto para o Palmeiras lá atrás. A situação prejudica o rendimento dos jogadores e a qualidade do futebol. O gramado não deve servir de desculpa para as más atuações, mas também não pode se tornar um pesadelo.
Novas técnicas de recuperação, mais investimento, outro tipo de piso, plataformas mais resistentes, proibição do uso da “pista’’... Enfim, é preciso encontrar um caminho para 2017.