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Apesar de gol em impedimento, Argentina brilha e avança às quartas

Seleção de Diego Maradona venceu o México por 3 a 1 e agora encara a Alemanha na próxima fase da Copa do Mundo; Carlos Tévez fez o primeiro de forma irregular

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Por Andre Avelar
Atualização:

Jerry Lampen/Reuters

SÃO PAULO - O tão perseguido sonho do terceiro título da Copa do Mundo continua vivo na cabeça dos argentinos. Não sem uma dose extra de polêmica, mais uma vez em 2010 causada pela arbitragem. A seleção de Diego Maradona garantiu vaga nas quartas de final ao vencer o México por 3 a 1 neste domingo, 27, com um gol de Carlos Tevez que cercou o Soccer City, em Johannesburgo, de suspense e indignação.

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"uniforme superado"
O calção azul e a camisa listrada não eram usados juntos desde a final de 1930, Desta vez, deu sorte - se é que essas coisas realmente passam pelos deuses do futebol.

Controvérsias de lado, a próxima fase reserva mais um confronto de campeões mundiais - o terceiro nesta Copa. Os argentinos enfrentam os alemães em 3 de julho, às 11 horas (Brasília), no Green Point, na Cidade do Cabo. O estadão.com.br acompanha todos os lances desta partida, que também tem transmissão da Eldorado/ESPN.

 

"Los Hermanos" confirmaram, apesar da mancha do gol em impedimento, o bom momento da equipe. Mantêm os 100% de aproveitamento em quatro partidas, todas elas encantando a África do Sul. "El Diez", mais contido, não menos mítico, soube comandar sua equipe e se fechar com o elenco, verdadeiramente como em uma família. A defesa, é bem verdade, ainda passou por alguns sustos.

 

"Com uma mãozinha do juiz"
Claro que a Argentina é melhor que o México. Mas também não precisava construir a vitória em cima de um gol em clamoroso impedimento e outro a partir de uma falha.

Nos detalhes. O sentimento de revanche ainda estava fresco na memória dos mexicanos. Na Alemanha 2006, em Leipzig, a seleção acabou eliminada justamente para os argentinos, na prorrogação, também nas oitavas de final - nas últimas cinco oportunidades isso aconteceu nessa mesma etapa da competição.

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Com a incômoda lembrança, o técnico Javier Aguirre manteve as características ofensivas do time. Em menos de dez minutos de jogo, Salcido acertou a trave e Guardado levou perigo ao gol adversário. Como se não bastasse, o trio de ataque seguiu aprontando para cima dos zagueiros.

 

Discussão. Mas quem marcou foi a Argentina. Lionel Messi, que já tinha ensaiado suas jogadas de Melhor do Mundo, arrancou pela entrada da área e tocou para Tévez, que dividiu com o goleiro. No rebote, Messi chutou e Tévez, em um dos lances de impedimento mais claros da história das Copas, desviou de cabeça para marcar o seu primeiro gol na África do Sul.

 

A reclamação mexicana foi tanta que o árbitro Roberto Rosetti e o auxiliar Stefano Ayroldi decidiram suspender o lance. Por dois minutos, ficaram entre tentar afastar os jogadores e esconder o rosto de uma possível leitura labial para validar o lance. De nada adiantaram os questionamentos.

 

Nem o jogador mais experiente não se alterou com a arbitragem. O gol desestabilizou por completo a equipe, até então, bem postada em campo. Descontrolado, o capitão Rafael Marquez deu um pontapé no companheiro de Barcelona Messi.

 

O golpe mais cruel veio no lance seguinte. Osório recebeu bola recuada para a entrada da área e se atrapalhou por completo. Higuaín, que não tinha nada a ver com isso, roubou e tocou para o fundo do gol. Foi o quarto do artilheiro isolado no Mundial 2010.

 

Ao México restava torcer para acabar a primeira etapa e os jogadores recuperarem a calma. Não foi o que aconteceu pelo menos na porta do vestiário. Atletas e comissão técnica de ambos os times se desentenderam e coube a Diego Maradona, discreto, apaziguar os ânimos.

 

Desencantou. Tevez ganhou confiança depois de balançar as redes. Tanto que na volta para a etapa complementar, tabelou com os zagueiros e acertou um belo chute de fora da área, sem chance para o goleiro Oscar Pérez.

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Três gols de diferença era demais. Demais pelo placar inflacionado e também para recuperar. O tão característico toque de bola argentino era a marca do jogo. Hernandez mostrou que poderia ser diferente. Na primeira bola que recebeu na área, se livrou dos zagueiros e chutou com raiva para diminuir.

 

Depois disso, o time ainda levou mais alguns sustos aos questionados zagueiros argentinos. Hernandez tentava sem sucesso reanimar seus companheiros. O México já tinha ido ao chão.

 

Foi só. Até as vuvuzelas deram lugar a enorme festa argentina. A seleção volta às quartas de final depois de ser eliminada nessa mesma fase, pela anfitriã Alemanha, em 2006.

 

 

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