Após dois anos preso na Rússia, motorista Robson Oliveira retorna ao Brasil

Brasileiro ficou na cadeia desde 2019 por levar remédios a pedido do patrão, o jogador Fernando; familiares e Bolsonaro estiveram no desembarque

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Por Redação
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Após ficar mais de dois anos detido na Rússia, Robson Nascimento de Oliveira, ex-motorista do meio-campista Fernando, do Beijing Guoan, da China, retornou ao Brasil nesta quarta-feira. Ele foi recebido com festa no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, por familiares, amigos e também o presidente Jair Bolsonaro.

Robson foi recepcionado pela mãe, Dona Vanda, de 74 anos, e um dos filhos dele, Robson Júnior, além do advogado Olímpio Soares e de amigos. Bolsonaro esteve no local e falou sobre a liberação do ex-motorista de Fernando, que foi preso na Rússia em março de 2019.

Robson Oliveira estavapreso na Rússia desde fevereiro de 2019 Foto: Reprodução/Twitter

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"Sempre demos valor à liberdade. Tive contato com o (presidente russo Vladimir) Putin, que queria falar com o embaixador, e ele só podia assinar o indulto do Robson depois de sua condenação. A pena dele era de 20 anos de cadeia. Várias autoridades entraram no circuito. O presidente Putin entendeu que seria o momento de dar o indulto e assim foi feito. A nossa embaixada providenciou a retirada dele no presídio até a nossa embaixada", afirmou Bolsonaro, que soube do caso de Robson por meio do volante Felipe Melo, do Palmeiras, de quem é próximo.

"Faríamos isso por qualquer brasileiro em situação semelhante, porque a liberdade pra nós não tem preço. Publicamente, agradeço ao presidente Putin e ao seu governo, por ter assinado esse indulto que é tão marcante para todos nós, brasileiros", completou o presidente, que em outubro do ano passado mandou o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) à Rússia para entregar uma carta pedindo a soltura de Robson.

Robson ficou preso por mais de dois anos após tentar ingressar no país com caixas de Mytedon (cloridrato de metadona), medicamento legalizado em território brasileiro, mas proibido na Rússia. Os remédios seriam para o sogro do jogador, William Pereira de Faria.

Para conseguir a libertação, o pedido de perdão teve de contar com a diplomacia entre os dois países e passar por aprovação de uma comissão regional, do prefeito de Moscou e, por fim, do presidente russo, Valdimir Putin.

Funcionário de Fernando, Robson foi detido em março de 2019. Ele embarcou, junto com a esposa Simone, para Rússia para seguir prestando seus serviços para o jogador, que à época atuava no Spartak Moscou. Com eles havia uma mala, cujo conteúdo era desconhecido por Robson.

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A justiça local o condenou à pena mínima de três anos de prisão por contrabando e tentativa de tráfico de drogas. Assim, o pedido de perdão passou a ser mais viável. A defesa de Robson previa pedir, anteriormente, que a prisão pudesse ser cumprida no Brasil.

Pouco tempo após a prisão do funcionário, os sogros de Fernando deixaram a Rússia. O meia, por sua vez, negociou sua transferência para o futebol chinês no meio de 2019. Atualmente, o jogador atua pelo Beijing Guoan.

A princípio, a família de Fernando não amparou o ex-funcionário em sua defesa junto à justiça russa. Posteriormente, ficou acordado que o ex-patrão ficaria responsável pelo pagamento dos honorários advocatícios.

Diante das últimas decisões, havia a expectativa de que brevemente Robson fosse libertado. O caso ganhou repercussão no meio esportivo, com o pedido de outros atletas, como Richarlison e Felipe Melo, para que a situação fosse resolvida. Desde então, houve mobilização da diplomacia brasileira e, finalmente, Robson pôde retornar ao Brasil após mais de dois anos detido.

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