O goleiro Aranha, do Santos, registrou boletim de ocorrência no início da tarde desta sexta-feira por ofensas racistas durante toda a partida contra o Grêmio, realizada quinta-feira, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. A queixa foi feita na 4ª Delegacia de Polícia na Zona Norte de Porto Alegre. O comissário da Polícia Civil, Lindomar Souza, adiantou que as imagens das câmeras de segurança da Arena e de emissoras de televisão que transmitiram a partida já foram solicitadas para ajudar na identificação dos torcedores envolvidos.
O Estadão teve acesso ao boletim de ocorrência, que descreve que Aranha foi chamado de 'macaco' e que parte da torcida fazia gestos característicos do animal. O Grêmio informou também nesta sexta ter identificado dez torcedores envolvidos nos atos de racismo. Como dois deles eram sócios do clube, a direção gremista confirmou a suspensão deles do quadro social. Eles serão expulsos do clube.
O comissário de polícia relatou que o goleiro santista estava mais tranquilo durante depoimento e pediu que os envolvidos fossem localizados com urgência. "Ele relatou os fatos e representou criminalmente contra essas pessoas que aparecem nas imagens divulgadas na imprensa. Aranha confirmou os fatos, que foi ofendido e nos deu orientação para identificar essas pessoas que estão sendo investigadas."
Em caso de condenação por injúria qualificada por racismo, os torcedores gremistas podem pegar de 1 a 3 anos de reclusão, assegurou o comissário. A torcedora Patrícia Moreira, que foi flagrada chamando o goleiro de 'macaco', já foi afastada do trabalho e também será intimada para prestar depoimento nos próximos dias.