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Árbitros fazem testes psicológicos

Por Agencia Estado
Atualização:

Os 387 árbitros da Federação Paulista de Futebol (FPF) estão passando por sessões de entrevistas com psicólogos. Elas fazem parte do trabalho que a entidade realiza para melhorar a qualidade dos profissionais dentro e fora de campo, sobretudo após uma temporada em que a arbitragem esteve em xeque com as revelações das falcatruas de Edílson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon, que fabricavam resultados no futebol brasileiro para ganhar um extra no fim do mês em sites e casas de apostas. Poucas sessões com os psicólogos até agora não terminaram em choro. Com a iniciativa, inédita no futebol brasileiro, a FPF descobre que atrás da figura imponente do árbitro há pessoas sensíveis, que sabem chorar. ?O que sabemos é que, em determinado momento das entrevistas, muitos árbitros acabam caindo em lágrimas, choram de verdade, tamanha a pressão e tensão que carregam nos ombros. Por isso, o trabalho está sendo de vital importância para melhorar a categoria nesse momento?, disse Arthur Alves Júnior, um dos membros da Comissão de Arbitragem da FPF. Uma bateria de testes está sendo aplicada nos profissionais do apito, do físico ao psicológico, passando por um questionário que detalha a vida do árbitro em todos os seus setores. Nesta semana, por exemplo, os 387 árbitros (cerca de 20 mulheres) que fizeram inscrições para a temporada de 2006 passaram por testes físicos na pista de atletismo do Estádio Municipal de Caieiras. Marcelo Pustiglione, psicólogo do Incor (Instituto do Coração), coordena essa pesquisa. A intenção é descobrir as dificuldades enfrentadas pelos árbitros no dia-a-dia e tentar ajudá-los de alguma forma. O trabalho do Incor leva nome pomposo: Avaliação Sistêmica da Dinâmica Vivencial. Há perguntas sobre dados socioeconômicos, pessoal e familiar, profissional e de saúde. ?Queremos fazer com que o árbitro nos conte como é sua vida, e em detalhes. Sabendo disso, podemos entendê-lo melhor e ajudá-lo mais?, explica o médico responsável.

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