02 de setembro de 2017 | 17h01
Arena Corinthians e Allianz Parque travam uma disputa velada, para ver qual é a mais importante na realização de eventos. Uma diferença fundamental é que na casa corintiana, a prioridade pelo futebol faz com que o gramado seja uma opção rara de ser usada para atrações.
A prioridade é o time do Corinthians. Por isso, não existem shows ou qualquer outra atividade no campo. A exceção será no dia 16 de dezembro, com a realização do Monster Jam, um show de acrobacias de caminhões. A ideia dos organizadores era realizar o evento em outubro, mas o Corinthians conseguiu adiar para dezembro, pois os torneios estarão paralisados e já iriam trocar o gramado.
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Desde o início da construção do estádio, o discurso é de que o futebol sempre será prioridade. Assim, o clube pode até deixar de receber boas cifras com a realização de shows, mas sempre poderá jogar em casa, algo que tem se mostrado um ponto favorável, sob o ponto de vista técnico. “Não somos loucos de tirar o Corinthians do seu estádio. Já vimos alguns casos, em outros times, que isso não deu muito certo e não queremos que isso aconteça aqui também”, disse Thiago de Rose, gerente de planejamento da arena.
A tendência é que durante a Copa do ano que vem, a arena alvinegra receba mais eventos no gramado, já que não haverá competições em andamento durante o torneio mundial.
No Allianz Parque, diversas vezes o Palmeiras já teve que jogar longe de seus domínios, pois a arena estava sendo usada para outros eventos. Só neste ano, isso já aconteceu duas vezes. A ideia da casa alviverde é a realização de grandes shows, enquanto o estádio corintiano tenta abordar mais a parte corporativa. De Rose acredita que as duas arenas podem trabalhar paralelamente. “Somos dois produtos bem diferentes. O que tem aqui não tem lá e vice-versa. E estamos em zonas bem diferentes da cidade”, comparou.
1. Como transformar a arena em um local que não tem só jogo de futebol?
Nosso maior desafio não são os dias de futebol, mas os outros 320 do ano. O jogo é algo que naturalmente vem evoluindo e sendo eficiente em relação ao público. Os eventos que a gente pode organizar estão em evolução. No ano passado, foram cerca de 100 eventos e nesta temporada o número deve ser ainda maior.
2. Qual tem sido o maior desafio para atrair eventos para a arena?
Iniciamos o processo depois da Copa e com a arena em transformação. Temos um quadro de colaboradores abaixo do que é considerado ideal, mas fazemos um trabalho em que, conforme a gente vai evoluindo, incorporamos mais pessoas à equipe.
3. As notícias negativas que saem da obra atrapalham nas negociações?
Grande parte do mercado, principalmente o corporativo, conhece a arena. A gente sempre recebe visitas e as pessoas, mesmo não sendo engenheiras, percebem que o estádio não vai cair, como dizem. A gente sente que a desconfiança é maior em quem está mais distante e só tem como referência as notícias.
4. Quanto o comportamento da torcida ajuda no crescimento do estádio?
Isso é algo que temos de valorizar muito. Mesmo nos momentos mais complicados, de eliminações e derrotas, o comportamento foi muito bom. Derrubaram a tese de que torcedor é tudo vândalo. Isso mostra que torcedor, bem tratado, respeita o estádio.
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