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Argélia e Rússia fazem jogo de alto risco na Arena da Baixada

Forças de segurança estão em alerta no estádio de Curitiba para possíveis protestos políticos e confrontos entre torcedores no local

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Por Redação
Atualização:

Argélia e Rússia disputam nesta quinta-feira, às 17h, na Arena da Baixada, a última vaga do Grupo H da Copa do Mundo. A seleção africana está em vantagem e só não avança para as oitavas de final com um empate se a Coreia do Sul aplicar uma improvável goleada na Bélgica.

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Aos russos não resta outro alternativa: é vencer ou vencer. Chegar à segunda fase é fundamental para a seleção do técnico Fabio Capello, porque a próxima edição do Mundial será justamente na Rússia e o desempenho da equipe no Brasil terá impacto no projeto traçado para os próximos quatro anos.

As atenções, no entanto, não estarão voltadas apenas para dentro do campo. A partida é considerada de alto risco pelo Centro de Comando e Controle de Segurança do Mundial. A possibilidade de protestos políticos e confrontos entre torcedores nas arquibancadas da Arena da Baixada colocam as forças de segurança em alerta.

Seleção russa precisa bater a Argélia para avançar à segunda fase Foto: Maxim Shemetov/Reuters

Com relação aos russos, o temor é de que eles levem faixas de protesto ou apoio ao presidente Vladimir Putin. Há, ainda, a preocupação de que torcedores ucranianos usem a partida desta tarde para protestar contra a recente anexação da Crimeia ao território russo.

Já os argelinos passaram a ser motivo de preocupação depois que um briga entre os próprios torcedores do país na partida com a Coreia do Sul, domingo, no Beira-Rio, terminou com um torcedor gravemente ferido no olho após levar uma garrafada.

A Fifa admite que está preocupada com o uso do jogo em Curitiba como plataforma de mensagens políticas. “Estamos reforçando a vigilância”, disse Delia Fischer, porta-voz da entidade.

Nas duas primeiras partidas dos russos no Mundial, a entidade Fare (sigla de Football Against Racism in Europe), que monitora o comportamento das torcidas, indicou que registrou nos estádios algumas bandeiras com símbolos da extrema-direita de Moscou e também com promoções de grupos políticos.

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A Fifa garante que está avaliando todos os casos e que vai retirar dos estádios cartazes que tenham referência política. Um dos desafios, porém, é identificar as mensagens, já que muitas delas estariam escritas no alfabeto cirílico. Para isso, a entidade conta com a ajuda de agentes russos que estão no Brasil. São oficiais de campo que conhecem o comportamento da torcida e, por isso, auxiliam com ações estratégicas. O Centro de Cooperação, em Brasília, também conta com a colaboração de policiais russos e argelinos que cruzam informações de bancos de dados com imagens dos torcedores presentes nos estádios. 

PODER POLÍTICO A situação da Fifa e das autoridades brasileiras não é das mais fáceis. Vladimir Putin deve estar no dia 13 de julho no Maracanã para acompanhar a final da Copa do Mundo e vai usar o evento para mostrar que é bem-vindo no cenário internacional, apesar da invasão de parte da Ucrânia. Putin é o organizador do próximo Mundial, em 2018, e a Fifa tem em seu Comitê Executivo o próprio ministro dos Esportes de Moscou, Vitaly Mutko. 

O Estado apurou que os russos já avisaram para a Fifa que não vão aceitar que torcedores de origem ucraniana, em Curitiba, ou qualquer outro grupo use a Copa do Mundo para se manifestar contra a anexação da Crimeia. (Colaborou Jamil Chade).

ARGÉLIA x RÚSSIA

ARGÉLIA - Rais Mbolhi; Aissa Mandi, Madjid Bougherra, Rafik Halliche e Djamel Mesbah; Carl Medjani, Nabil Bentaleb, Sofiane Feghouli, Yacine Brahimi; Abdelmoume e Islam Slimani. Técnico: Vahid Halilhodzic.

RÚSSIA - Igor Akinfeev; Andrey Eshchenko, Ignashevich, Vasili Berezutskiy e Dmitry Kombarov; Denis Glushakov, Victor Faizulin, Alan Dzagoev e Samedov; Kerzhakov e Kanunnikovo. Técnico: Fabio Capello.

JUIZ -Cüneyt Çakir (TUR).

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LOCAL - Arena da Baixada, em Curitiba. 

HORÁRIO - 17h 

TRANSMISSÃO - SporTV, Bandeirantes, ESPN Brasil e Fox Sports

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