Depois de fazer a menor quantidade de pontos de sua história nas Eliminatórias Sul-Americanas, ser dirigida por três treinadores diferentes e utilizar cerca de 40 jogadores, a Argentina joga hoje por um milagre – provavelmente de Messi – para conseguir ir à Copa do Mundo da Rússia na última rodada.
+ Brasil tenta selar despedida rumo à Copa em comunhão com a torcida Para não ficar fora do Mundial pela primeira vez desde 1970, a Argentina só depende de si, mas a tarefa é difícil. Precisa vencer o Equador, já eliminado, na altitude de 2850 metros. Se fizer isso, garante pelo menos uma vaga na repescagem contra a Nova Zelândia. Existem chances de conseguir a vaga diretamente. Se Peru e Colômbia empatarem em Lima, a Argentina se classifica com uma vitória simples. Se o Peru vencer a Colômbia, a Argentina deve ganhar por um gol a mais que os peruanos para ir direto. Também entrará com uma derrota do Chile com o Brasil.
O clima, em Buenos Aires, é de desconfiança. Embora a seleção tenha conquistado dois títulos e dois vices desde 1970, os torcedores estão escaldados com a campanha sofrível nesta edição. O time não vence há quatro jogos e fez apenas um gol – contra, por sinal. Na última partida, empatou com o Peru por 0 a 0 em casa. Em 17 jogos, a Argentina anotou 16 gols – é o segundo pior ataque. Foram três técnicos na competição: Gerardo Martino (seis partidas), Edgardo Bauza (oito partidas) e Jorge Sampaoli (três jogos). A crise na seleção é um desdobramento da falência do Campeonato Argentino. Os jogadores até fizeram greve na temporada por falta de salários, uma consequência direta do fim do programa estatal “Futebol para todos”, que comprava e redistribuía os direitos de transmissão do futebol. Todas as fichas estão obviamente em Messi. Considerado o melhor jogador pelos argentinos embora o prêmio atual pertença a Cristiano Ronaldo, Messi é a referência absoluta da equipe. Em oito jogos sem ele, a Argentina conquistou apenas sete pontos e perdeu em casa para Equador e Paraguai. Di María virou dúvida na equipe e pode dar lugar a Papu Gómez ou Dybala. “Ele (Messi) é o único que ainda pode nos salvar”, disse o ex-técnico César Luis Menotti, campeão em 1978, ao canal TyC Sports. “Hoje o futebol argentino é o ‘faz-me rir’ do mundo”, criticou. O único confiante é o técnico Jorge Sampaoli. “O time está bravo, mas pensando que, se vencer o Equador, pode se classificar. Há uma convicção. Vamos continuar lutando”, garante.