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Argentinos preparados para a guerra

Por Agencia Estado
Atualização:

Carlos Alberto Parreira afirmou que Brasil e Argentina farão um "amistoso de luxo", nesta quarta-feira, em Buenos Aires, pelas Eliminatórias, mas precisa ficar bem atento, porque não é dessa forma que os argentinos encaram o jogo. De acordo com os comandados de José Pekerman e os torcedores, o duelo com os brasileiros será uma decisão, uma guerra. Dois são os motivos que tornam o confronto decisivo na visão do time da casa. As duas derrotas para o Brasil no ano passado - pelas Eliminatórias, por 3 a 1, e, a mais doída, na final da Copa América, nos pênaltis, após empate por 2 a 2 no tempo normal - e o episódio que envolveu o volante Leandro Desábato, do Quilmes. Além, é claro, da necessidade de reabilitação, depois do tropeço diante do Equador por 2 a 0, sábado, em Quito. No retorno da delegação a Buenos Aires, na manhã de domingo, boa parte dos torcedores hostilizou os atletas. Dizer que os argentinos estão tratando mal os brasileiros, nestes dias na capital argentina, seria uma tremenda injustiça. Ninguém foi ao La Bombonera para incomodar o time, no treinamento da tarde de segunda-feira, nem apareceu na concentração para fazer barulho. Mas, em nenhum momento, eles fazem questão de esconder o aborrecimento com alguns fatos recentes. Em todos os lugares pode-se perceber isso. No hotel, nas bancas de jornal, no táxi, nos restaurantes. Quando vêem um brasileiro, lamentam o fato ocorrido com Leandro Desábato e o tratamento recebido por Tevez em São Paulo. Na noite de domingo, um fato curioso. Um funcionário do hotel em que a delegação brasileira está hospedada subiu pelo elevador onde também entrou o zagueiro Anderson, do Corinthians. Ele perguntou a um repórter se aquele era jogador da seleção. O jornalista respondeu que sim e acrescentou. "Joga no Corinthians, é amigo de Carlitos Tevez." O rapaz não se conteve. "É amigo ou inimigo?" Esse é apenas um de muitos exemplos. A imagem na Argentina é de que os atletas do Corinthians não gostam de Tevez por causa da diferença salarial e de que os adversários o agridem em campo por ser famoso e argentino. O que mais incomoda, porém, é questão da prisão de Desábato, em São Paulo, em abril, durante jogo entre São Paulo e Quilmes, no Morumbi, pela Libertadores. Todos acharam um exagero por parte das autoridades brasileiras. Um grupo de torcedores do Quilmes estará nesta quarta no Monumental de Nuñez para protestar e hostilizar o time brasileiro. "Se o Grafite estivesse aqui, creio que haveria problemas maiores, mas, como ele não veio, haverá apenas algumas manifestações e xingamentos", declarou Carlos Bottaso, jornalista do diário El Sol de Quilmes. "Só que algum incidente fatalmente ocorrerá."

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