Os gols marcados na vitória por 3 a 1 sobre o Rio Claro, nesta quarta-feira, melhoraram a produção ofensiva do São Paulo no Estadual. O time do técnico Muricy Ramalho marcou sete vezes em cinco jogos (média de 1,4 por partida). Com apenas quatro atacantes no elenco - Adriano, Aloísio, Dagoberto e Borges - o treinador alertou a diretoria que o time precisa de reforços. A alternativa seria Fred, centroavante do Lyon. Mas os franceses avisaram que não há a menor chance de o jogador, que tem mais um ano e meio de contrato, ser liberado agora. Diante da falta de opções no mercado, o jeito será disputar o Campeonato Paulista e a Libertadores com homens de frente que pouco têm produzido: em média, cada um deles demora cinco jogos para fazer um gol. O melhor desempenho dos atacantes são-paulinos pertence a Adriano, que em apenas cinco jogos anotou três gols (0,6 por jogo). Mas é bom lembrar que o centroavante voltará para a Inter de Milão ao final do empréstimo, em julho. Quem tem tido mais dificuldade para ir às redes é Dagoberto, que anotou apenas 7 gols desde que estreou na equipe, em maio de 2007 (0,17 gol por jogo). Aloísio, que admite não ser sua especialidade fazer gols, e Borges têm desempenho semelhante e normalmente levam cinco jogos para balançar as redes (médias de 0,22 e 0,27, respectivamente, por partida). É verdade que as lesões musculares têm atrapalhado a dupla. "Sofri três contusões graves no ano passado e, mesmo assim, terminei a temporada como artilheiro da equipe (13 gols)", lembra Borges, que tem uma explicação simples para a falta de gols. "É preciso ter uma seqüência maior de jogos para mostrar trabalho. Não adianta entrar uma vez, ir mal, e já sair do time", observa o atacante. No momento, Muricy Ramalho concorda com a idéia e aposta todas as fichas em Dagoberto e Adriano, apesar de a dupla ainda não ter se entendido totalmente. "Isso é normal, o entrosamento de uma equipe começa na defesa, até chegar ao ataque", defende o lateral Joilson. Curiosamente, o atacante Diego Tardelli, recentemente negociado com o Flamengo, tem média melhor do que a dos companheiros que ficaram no Morumbi, com exceção de Adriano: em 139 jogos, o criticado jogador anotou 39 gols (0,28 por partida). Se não conseguir nenhum reforço de peso, a opção para Muricy Ramalho pode estar nas categorias de base. O centroavante Eric, do time sub-20, anotou seis gols em sete jogos (0,85 por partida) na última Copa São Paulo. O problema é que a comissão técnica teme que o garoto de apenas 18 anos não suporte a pressão de estar na equipe profissional.