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Opinião|Atacantes novatos como Vinicius Jr e Antony colocam Gabriel Jesus e Firmino no paredão para a Copa

Tite já percebeu que seus 'atletas para testes' estão jogando mais do que os então titulares da seleção; ele terá em breve de escolher quem vai para o Catar

Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Os 'veteranos' atacantes da seleção brasileira estão preocupados. Ou deveriam estar. Gabriel Jesus e Roberto Firmino observam a atuação de seus colegas de posição convocados por Tite recentemente roendo as unhas. Isso porque Vinicius Jr e Antony, por exemplo, estão passando a perna neles, jogam o fino da bola, são mais participativos do jogo e rápidos e têm no drible (Tite gosta de falar em flecha) suas principais características. Não seria demais supor que a formação com Antony, Neymar e Vinicius Jr é a que mais agrada ao torcedor. Foi esta que bateu o Chile por 4 a 0 no Maracanã. Isso tem feito da seleção brasileira um time mais agudo e interessante, e mais goleador também. O genérico de Tite é melhor do que o original. Ainda contra o Chile, o Brasil fez quatro gols e poderia ter marcado mais. Os dribles voltaram e com eles um pouco de magia. Não magia por magia, mas magia com objetividade, com direção ao gol, com categoria e sem brincadeiras. Não são firulas. São jogadas capazes de furar bloqueios e abrir espaço. Então vale.

Antony, atacante do Ajax, é um dos destaques nos últimos jogos da seleção brasileira. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

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Esses meninos, com sangue novo, estão atuando sob a batuta de alguns experientes da defesa, como Marquinhos e Thiago Silva, mas também do próprio Neymar, que deve disputar sua última Copa do Mundo no Catar, como ele mesmo insinuou. Os moleques estão contagiando Neymar, que está em baixa no PSG e não se sabe o que poderá acontecer com ele na próxima temporada. Tomara Neymar continue sorrindo e jogando. 

Diferentemente de Jesus e Firmino, Richarlison mantém sua pegada e continua fazendo gols. Todo atacante precisa disso. É importante. Ele já foi titular, mas tecnicamente é inferior aos demais, e mais lento também, mas consegue manter seu faro na área. A bola procura Richarlison.  Há um outro atacante, Gabigol, que continua na briga por uma vaga para a Copa, mas que está posicionado na lista entre o bom jogador do Flamengo e a eterna promessa na seleção. No caso de Gabigol, penso que ele nunca teve tranquilidade para mostrar seu valor. Sempre entrou precisando se provar, pressionado e com pouco tempo, salvo um jogo ou outro. Nesse período todo de preparação e Eliminatórias, Tite nunca deu a ele a condição que deveria dar. Posso estar sendo injusto com o treinador, mas essa é minha percepção. Hoje não saberia dizer se Gabigol vai para a Copa. Há outros atacantes que também foram bem em partidas isoladas. Raphinha é um deles. Tite terá de quebrar a cabeça para escolher os seus. Se a Fifa confirmar a liberação de 26 jogadores e não os costumeiros 23, ele ganhará três vagas e poderá, assim, salvar alguns deles. Caso contrário terá de fazer uma dura escolha, cortar da própria carne, abrir mão dos caras que estão com ele há anos em detrimento dos que afloraram no futebol da Europa e com a seleção. Tite tem de pensar no time e na alegria do torcedor. Alegria de ganhar uma Copa depois de 20 anos.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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