Ataque a judeus será lembrado em Argentina e Irã

Atos em memória dos 85 mortos há 20 anos estão programados em São Paulo e no Rio; investigação aponta Irã como autor do atentado

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Por Bruno Ribeiro
Atualização:

Membros da comunidade israelita latino-americana pretendem aproveitar a partida entre Argentina e Irã, para relembrar os 20 anos do atentado terrorista à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que deixou 85 mortos e feriu mais de 300 pessoas, em Buenos Aires.

As investigações feitas pelo governo argentino apontaram integrantes do governo do Irã como responsáveis pelo ataque com o carro-bomba.

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Além de atos em São Paulo e no Rio, torcedores pretendem estender uma faixa no Mineirão - local do jogo - para lembrar do ataque.

A Confederação Israelense Latino-Americana chegou a enviar uma carta à Fifa pedindo que fosse feito um minuto de silêncio antes do começo da partida. A organizadora da Copa não respondeu ao pedido. O presidente da confederação, Jack Terpins, afirma que as faixas na arquibancada não serão uma tentativa de afrontar a Fifa - que proíbe manifestações de cunho político nas partidas da Copa. "Não é para protestar contra nada. É para lembrar do ato e pedir justiça", diz.

"Uma coisa que fica é que não foram 85 judeus mortos no atentado. Foram 85 argentinos. O governo da Argentina fez um acordo esdrúxulo com o governo do Irã para punir os responsáveis, o que nunca aconteceu. Queremos a punição deles", afirma Terpins.

Manifestações. Fora dos estádios, os atos serão no vão livre do Masp, em São Paulo, e na Praia de Copacabana, no Rio. Às 12h30, os manifestantes vão começar a leitura dos nomes dos mortos no ataque e vestirão camisetas com a frase "#1minutopelapaz", em menção ao pedido feito à Fifa. A leitura deve acabar às 12h59, quando será feito o minuto de silêncio. A partida entre Argentina e Irã está marcada para as 13h.

O atentado aconteceu em 18 de julho de 1994 e é relembrado anualmente com um minuto de silêncio. "A ideia de juntar a proximidade do aniversário com a Copa surgiu entre os jovens da comunidade", explica Silvia Perlov, uma das organizadoras da manifestação em São Paulo. 

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