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Atlético ganha US$ 10 milhões por nome

Cessão do nome da Arena da Baixada para a empresa japonesa Kyocera por três anos renderá uma quantia maior que a dos patrocínios de camisa dos times de futebol no Brasil, atualmente.

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Atlético-PR apresentou nesta quarta-feira, em São Paulo, a multinacional japonesa Kyocera como sua mais nova parceira. Além de ser a principal patrocinadora da camisa rubro-negra, a empresa também muda o nome do estádio do time: pelos próximos três anos, a Arena da Baixada será a Kyocera Arena. É a primeira vez que um clube de futebol brasileiro arrenda o nome do seu estádio. Essa prática, comum nos Estados Unidos, é chamada de "naming rights", estratégia publicitária que dá direito a uma empresa de nomear um local ou empreendimento. Na temporada 2004, por exemplo, o New England Patriots, campeão da NFL, jogou no Gilette Stadium. O ginásio do Detroit Pistons, que venceu a temporada 2003/2004 da NBA, leva o nome da Warner Bros. Aqui no Brasil, o naming rights é usado em casas de shows, como as paulistanas Directv Music Hall e Credicard Hall. "A idéia dessa mídia alternativa nasceu antes mesmo da reforma da Baixada. É uma maneira a mais de conseguirmos renda, que hoje vem da bilheteria, outros patrocínios e da televisão. Lamentavelmente, passamos seis anos procurando um parceiro", disse o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético-PR, Mauro Celso Petraglia. A Baixada, ou melhor, Kyocera Arena, foi inaugurada em 1999 e é considerado o estádio mais moderno do Brasil. O contrato de patrocínio, firmado por três anos e com possibilidade de renovação por mais dois, gira em torno de US$ 10 milhões, número não foi confirmado pelas partes. Segundo Petraglia, uma cláusula contratual proíbe a divulgação dos valores. "Mas garanto que estão acima do que clubes do eixo Rio-São Paulo têm obtido em patrocínio". O contrato não impede que o Atlético-PR firme contratos de patrocínio com outras empresas. Para a Kyocera, a parceria é uma forma de entrar no mercado brasileiro. A escolha do Atlético-PR, segundo Akihito Nasu, presidente para assuntos corporativos, foi a seriedade administrativa do clube. "Esse foi um dos pontos mais atraentes para o negócio". Uma delegação da empresa esteve em Curitiba em fevereiro, conhecendo todas as instalações do clube. Essa não é a primeira experiência de patrocínio no futebol. A Kyocera apóia duas equipes: o Kyoto Purple Sanga, da segunda divisão da J-League, e o Borussia Moenchengladbach, da Alemanha, e já teve parcerias com o Independiente, da Argentina, e o Aston Villa, da Inglaterra. A marca Kyocera estará em todos os lugares da Arena, desde placas de sinalização até a fachada. A empresa também poderá usar o estádio como local de eventos promocionais de seus produtos ou de relacionamento com os seus clientes. Para isso, poderá usar um camarote com capacidade para 200 pessoas, mesmo nos dias em que não houver jogos. Apesar da presença publicitária constante, não há participação da multinacional na gerência do clube. "Quero deixar claro que a Kyocera é um parceiro institucional. A empresa está emprestando seu nome e pagando por isso", enfatizou Petraglia. "O departamento de futebol e administração do estádio continuam totalmente independentes". O nome oficial do estádio, Joaquim Américo, também continua o mesmo. "Estamos apenas vendendo o uso do nome fantasia."

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