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Atlético-MG busca o título inédito da Libertadores

Foto do author Raphael Ramos
Por Raphael Ramos
Atualização:

O Atlético-MG disputa nesta quarta-feira, às 21h50, no Mineirão, a partida mais importante dos seus 105 anos de história. Se for campeão da Libertadores, seu nome se consolidará, enfim, no cenário internacional. O dia 24 de julho pode ser o início de uma nova era num clube que carrega a pecha de ser forte apenas dentro de Minas Gerais - o único título brasileiro foi conquistado no longínquo ano de 1971.Mas, para escrever o capítulo mais glorioso da sua história, o Atlético-MG tem de torcer para o raio cair duas vezes no mesmo lugar. Como perdeu por 2 a 0 no jogo de dia no Paraguai, o time mineiro precisa vencer o Olimpia por dois gols de diferença para levar o jogo para a prorrogação. Isso já aconteceu uma vez no Mineirão diante desse mesmo adversário paraguaio. Foi em 1992, na final da Copa Conmebol.O time mineiro também vai precisar que uma virada que ocorreu somente uma vez em 53 anos de história da Libertadores aconteça agora novamente. Apenas em 1989, quando o Atlético Nacional, da Colômbia, perdeu o primeiro duelo justamente para o Olimpia, por 2 a 0, é que uma equipe conseguiu reverter uma vantagem desse tamanho para ser campeã da competição. Para alcançar essa virada história, Cuca tenta arrumar a equipe e dar a cartada final. O desafio do treinador é não deixar que a ansiedade e a pressão em cima dos jogadores impeçam que o Atlético-MG apresente o bom futebol que o notabilizou ao longo do torneio. Ele sabe que a margem de erro está reduzida e já avisou isso aos jogadores. "Vamos ter de suar sangue. É o jogo das nossas vidas. Não podemos errar", sentenciou o volante Pierre.O Atlético-MG não terá os dois laterais titulares, Marcos Rocha e Richarlyson, ambos suspensos. Na direita, Cuca faz mistério, mas Michel é o mais cotado para ficar com a vaga. Na esquerda, a entrada de Junior César é certa. Na frente, Bernard volta de suspensão e é a esperança atleticana para desmontar a defesa paraguaia ao lado de Ronaldinho Gaúcho, que foi muito mal no primeiro jogo da decisão, semana passada, em Assunção. O poder de fogo de Diego Tardelli e Jô, artilheiros do time na Libertadores com seis gols cada, também é um triunfo da equipe, que será empurrada por 62 mil torcedores. Os ingressos estão esgotados. A expectativa em torno da decisão é enorme em Belo Horizonte. Cambistas chegam a cobrar R$ 1 mil por um bilhete para o jogo. E a torcida atleticana promete montar um mosaico que vai cobrir toda a arquibancada do estádio.Mas o retrospecto da equipe no novo Mineirão, inaugurado no começo deste ano, não é dos melhores. Depois da reforma, o Atlético-MG jogou três vezes no estádio. Na reabertura, perdeu por 2 a 1 para o Cruzeiro. Depois, venceu o Villa Nova por 2 a 1 e, na decisão do campeonato estadual, voltou a ser derrotado pelo rival Cruzeiro por 2 a 1, mas ficou com o título porque vencera o primeiro jogo por 3 a 0.O objetivo da diretoria era continuar jogando no Independência, onde o Atlético-MG ostenta uma série invicta de 38 jogos. O estádio, porém, tem capacidade para apenas 23 mil pessoas e o regulamento da Libertadores exige no mínimo 40 mil lugares para decisão. Assim, o desafio diante do Olimpia será mesmo no Mineirão.Para se adaptar ao palco da final, o time chegou a treinar domingo e segunda-feira no estádio. O objetivo de Cuca era que os jogadores se acostumassem com a iluminação e a velocidade da bola. Na terça, o Atlético-MG realizou um treino leve e descontraído na Cidade do Galo, em Vespasiano. O presidente do clube, Alexandre Kalil, acompanhou a atividade na beira do gramado e, ao fim do treino, deu um abraço e cochichou no ouvido de Ronaldinho Gaúcho. Não é de se duvidar que tenha pedido ao craque uma vitória nesta quarta. Por três gols de diferença, é claro.

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