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Everson e Weverton dão a Atlético-MG e Palmeiras segurança e confiança que os rivais precisam

Goleiros têm histórias parecidas de superação e foram companheiros recentemente na seleção de Tite nas Eliminatórias da Copa

Foto do author Ricardo Magatti
Por Ricardo Magatti
Atualização:

Se na frente as referências de Atlético-MG e Palmeiras são Hulk e Dudu, na retaguarda há figuras tão importantes quanto os atacantes nesta temporada para as equipes que decidem nesta terça-feira, às 21h30, no Mineirão, uma vaga à final da Libertadores. São os goleiros Everson e Weverton. 

Pilares de duas boas defesas, eles foram companheiros recentemente na seleção brasileira na rodada tripla das Eliminatórias e têm alguns aspectos em comum em suas trajetórias, como a habilidade com os pés, recurso pedido no futebol atual, e o fato de terem superado a desconfiança para brilhar em seus clubes até conquistar o apoio do torcedor. 

Referência do Palmeiras, Weverton se consolidou como um dos melhores goleiros do Brasil Foto: Cesar Greco/Palmeiras

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Os dois ostentam bons número na Libertadores. Tanto Everson quanto Weverton não foram vazados em sete partidas da competição, as melhores marcas do torneio continental. Em defesas por jogo, o goleiro atleticano leva vantagem, já que tem uma média de 3,3 contra 2,9 do arqueiro alviverde. No primeiro encontro entre eles, nenhum dos dois trabalhou. Foram apenas dois chutes a gol, um de cada lado, sem dificuldade para ambos no Allianz Parque.

Ambos vivem ótimas fases, mas estão em estágios diferentes da carreira. Weverton pode se orgulhar de ter brilhado na conquista do ouro olímpico com a seleção em 2016, no Rio, vem sendo convocado por Tite com frequência, ganhou títulos importantes no Palmeiras e se consolidou como um dos melhores goleiros brasileiros em atividade. Everson, embora já seja idolatrado por parte da torcida atleticana, ainda caminha para se estabelecer entre os principais arqueiros do País.

O goleiro do Palmeiras é hoje considerado um atleta completo e tem a confiança do atual elenco, com atuações de destaque, personalidade e títulos. O acreano natural de Rio Branco foi destaque em uma Copinha pelo Juventus-AC, capitão do Atlético-PR por mais de cinco temporadas, sagrou-se campeão olímpico pela seleção no Rio-2016 defendendo o pênalti decisivo na final contra a Alemanha, em um Maracanã lotado, e venceu a forte concorrência de Fernando Prass e Jailson poucos meses depois de chegar ao Palmeiras. 

Foi contratado sob desconfiança, mas não demorou para mostrar que seus críticos estavam errados. Começou 2018 como terceiro goleiro e terminou como protagonista do título brasileiro, inclusive tendo ostentando a marca de nove jogos seguidos sem tomar gols durante a temporada, a segunda melhor da história do clube, atrás apenas de Zetti, com 12 jogos em 1987. Na temporada passada, colecionou prêmios individuais ao ser fundamental para os títulos do Campeonato Paulista, Libertadores e Copa do Brasil. 

O menino alto e forte queria ser atacante. Ele é dono de uma das mais precisas reposições de bola do futebol brasileiro e bastante seguro debaixo das traves. É o segundo goleiro que mais defendeu o Palmeiras em Libertadores e o que mais venceu pelo clube na competição continental. 

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Vivendo um sonho

Anunciado como reforço do Atlético-MG há pouco mais de um ano, Everson desfruta da melhor fase de sua carreira. Passado um ano de sua chegada em Belo Horizonte, o goleiro enfrentou críticas, recebeu ameaças de alguns torcedores após falhas, mas se reergueu e superou as atribulações até ser convocado por Tite para defender o Brasil recentemente nas Eliminatórias, aproveitando as ausências de Alisson e Ederson. 

Everson superou desconfiança para brilhar no Atlético-MG Foto: Pedro Souza/Atlético-MG

Everson foi contratado pelo Atlético-MG por solicitação de Jorge Sampaoli, obcecado com goleiros que saibam jogar com os pés. Eles trabalharam juntos no Santos e se reencontraram no time mineiro em 2020. Em seu primeiro ano, recebeu críticas e lidou com inconvenientes. A redenção veio neste ano, sob o comando de Cuca. O paulista natural de Pindamonhangaba protagonizou lances memoráveis e foi essencial para o Atlético chegar à semifinal da Libertadores.

Ele se agigantou nos duelos com Boca Juniors, defendendo dois pênaltis, e River Plate. Diante do time de Marcelo Gallardo, fez 14 defesas, seis consideradas difíceis, segundo a plataforma Footstats, especializada em estatísticas. É o goleiro, em números levantados pela Conmebol, com mais defesas até aqui na Libertadores: 33.

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"Hoje é um dos melhores momentos da minha carreira. Estou muito focado aqui, e quero continuar fazendo esse bom trabalho no Atlético e passando por esse bom momento", definiu o jogador. "Desde o meu primeiro dia no clube, percebi que todos confiavam em mim e me senti em casa. Eu e minha família estamos extremamente felizes em Minas Gerais e ainda iremos conquistar muitas coisas por aqui", prometeu.

As boas apresentações o levaram a vestir pela primeira vez a camisa da seleção brasileira. Não entrou em campo, mas se emocionou com a convocação por ter orgulhado o pai, que também foi goleiro, e realizado o "sonho" da sua vida. 

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