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Atlético-PR será modelo para o Santos

Por Agencia Estado
Atualização:

A projeção do Santos nos próximos anos está mais para o Atlético-PR , o time batido na briga pelo título de 2004, que para o Corinthians/MSI, a nova sensação no futebol brasileiro que, com dinheiro em caixa, promete sair às compras em busca de jogadores consagrados. O presidente santista Marcelo Teixeira está muito mais interessado em adaptar a Vila Belmiro às necessidades atuais de um estádio - e a Arena da Baixada, com camarotes e praça de alimentação é um exemplo a ser seguido - do que em fazer loucuras para montar um time competitivo. E caro. Pagar US$ 20 milhões por um jogador como Tevez, nem pensar. "Nem se fosse o Pelé. Nem se fosse o verdadeiro Maradona eu pagaria uma quantia dessas. É loucura!", afirma, convicto, Marcelo Teixeira, o homem que gastou milhões no passado para contratar Edmundo, Rincón e Marcelinho Carioca, iludido pela busca de um título que chegou pelos pés de Robinho e Diego. Ambos não custaram nada ao clube. Diego, vendido ao Porto, rendeu US$ 4,2 milhões ao Santos. E Robinho vai render muito mais. Uma experiência que considera impossível de repetir. "Hoje em dia, minha idéia é aplicar dinheiro nas categorias de base. O futuro do futebol está lá. Hoje em dia é impossível gastar milhões. Só quando se tem essas parcerias que volta e meia inflacionam o futebol brasileiro", diz Marcelo Teixeira. Ao descerrar na quarta-feira a placa comemorativa do início das obras dos seis primeiros camarotes que o clube pretende inaugurar em seis meses na Vila, Teixeira mostra-se seguro do caminho. "Temos um projeto ambicioso para o estádio. A idéia é deixá-lo mais agradável, com mais serviços aos torcedores, mas sem perder a capacidade de público. Em pouco tempo, teremos isso", garante. Com o projeto do estádio equacionado para daqui a dois anos, Teixeira começa hoje a definir assuntos urgentes. O time de 2005, por exemplo. A idéia é ter um grupo realmente competitivo. O presidente costuma dizer a amigos que não se contentará em ganhar apenas a Libertadores, que é seu projeto principal. Ele tem obsessão por vencer o Campeonato Paulista, como seu pai fez em 1984, data da última conquista do Santos. Ele quer vencer e homenagear Milton Teixeira. A primeira providência é decidir quem será o novo técnico. O nome preferido era o de Leão - com quem Teixeira almoçou há duas semanas -, mas o técnico do São Paulo preferiu cumprir seu contrato. Uma forma de se distinguir de Vanderlei Luxemburgo, a quem odeia. Muricy e Tite são os nomes mais cotados. Geninho corre por fora. A segunda meta é manter as duas estrelas remanescentes da conquista do título de 2002: Robinho, que tem contrato até o meio do ano, e Elano, que não se acertou com o Atlético de Madri e nem com o Betis, ambos da Espanha. Tem contrato até o final de 2006. Teixeira vai lutar para manter Paulo César. Depois de um conturbado início, ele passou a jogar bem e é uma das indicações de Vanderlei Luxemburgo para o Corinthians/MSI. O mesmo serve para Deivid, que tem contrato de empréstimo até o final do primeiro semestre. Não falta dinheiro a Marcelo Teixeira e nem ao Santos, o que, no caso, é a mesma coisa. A dívida do clube com o presidente já foi de US$ 25 milhões, mas hoje está estabilizada em torno de US$ 12 milhões. E, por não faltar dinheiro, sobram conselhos. Tem gente pedindo Schelotto, como forma de resposta à vinda de Tevez ao Parque, mas Teixeira não fará loucuras. É primordial contratar um goleiro. Mauro, apesar da campanha ainda não dá muita segurança ao time. Fábio, do Vasco, é o nome mais cotado. Em Santos, todos comentam que ele já deveria ter vindo no primeiro semestre. Foi a mando de Vanderlei Luxemburgo que ele foi à Justiça contra o Vasco. Perdeu e está há tempos sem jogar. Agora, com o final de contrato, deve acertar sua vinda para Santos. Tapia volta ao Chile e Júlio Sérgio também sai, depois de ser "caroneado" por Doni, Tapia e Mauro na luta para ser titular. O zagueiro André Luiz deixa o Santos na quarta-feira. Seu destino é o Benfica, de Portugal. Antonio Carlos, apesar de jogar pouco, deve ficar. Ele emocionou Marcelo Teixeira ao abrir mão dos direitos de imagem durante o período em que esteve contundido. Disse que muita gente desconfiava de sua contratação e que não gostaria de prejudicar o time do coração de seu pai. Ganhou o direito de provar que foi uma boa contratação. E que tem mais a apresentar do que o papel de conselheiro de jovens. Ele faz parte de um time trazido por Luxemburgo e que tem o contrato terminado em 31 de dezembro: Tapia, Flávio, Ávalos, Antonio Carlos e Márcio; Bóvio, Lelo, Fabinho e Zé Elias; Marcinho e William. Lelo já saiu. Fabinho, Zé Elias e Marcinho são os que têm maiores possibilidades de ficar. Ávalos, apesar de terminar o ano como titular, não tem nome e sua permanência depende muito do novo técnico. William, odiado por parte da torcida, pode ficar. As más línguas dizem que por um pedido especial do amigo Robinho. Bóvio pode permanecer. Não é titular e pode continuar "compondo o time". O mesmo vale para Flávio. Márcio não agradou. Deve sair.

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