Autoridades russas apoiam brigões da Euro: 'Que continuem!'

'São homens de verdade', diz porta-voz de Comitê de Investigações. Membro da confederação exalta 'defesa da terra natal'

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Por Redação
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Desde o primeiro dia de jogos, o confronto entre torcedores dos países participantes da Eurocopa tem preocupado as autoridades francesas e da Uefa. Nesta terça-feira, o comitê disciplinar da entidade europeia puniu a Rússia em 150 mil euros (R$ 588,08 mil) e avisou que, se forem registrados novos casos de violência, a seleção será eliminada do torneio. 

Apesar das medidas para tentar interromper as brigas, o vice-presidente da câmara dos deputados e membro da União de Futebol da Rússia, equivalente à confederação local, Igor Lebedev, mostrou apoio aos torcedores. Em sua conta no Twitter, o parlamentar publicou uma série de mensagens, nas quais diz "não ter nada de errado nos conflitos". "Pelo contrário, muito bem, garotos! Que continuem assim!", completou. 

Russos e ingleses brigaram nas arquibancadas do estádio em Marselha, após empate por 1 a 1 Foto: Thanassis Stavrakis| AP

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Lebedev ainda eximiu os brigões de qualquer culpa, a colocando sobre as autoridades do país-sede. "Não entendo o que aqueles políticos e oficiais que estão criticando nossos torcedores. Deveríamos defendê-los e resolver esses problemas quando voltarem para casa. O que aconteceu em Marselha e em outras cidades francesas não é culpa dos fãs, mas da inabilidade da polícia em organizar corretamente esses eventos", publicou. 

Na rede social, o deputado publicou uma entrevista que concedera ao site Life.ru. Na matéria, ele exalta a luta dos torcedores: "Em nove de dez casos os aficionados de futebol vão aos jogos para brigar, e isso é normal. Esses caras defenderam a honra do seu país e não deixaram os ingleses profanar nossa terra natal. Deveríamos perdoá-los e entendê-los". 

"Nossos fãs estão longe de serem os piores. Não está claro porque a mídia está dizendo que a ação deles é vergonhosa. Deveriam ser objetivos. Se não houvesse provocação dos ingleses, é pouco provável que os russos brigariam nas arquibancadas", finalizou. 

Torcedores de Rússia e Inglaterra se enfrentaram pelas ruas de Marselha na véspera da partida entre ambas as seleções, estreia na Eurocopa. Os dois grupos voltaram a se enfrentar dentro do estádio, ao final do empate entre 1 a 1, em partida válida pelo Grupo B da competição. 

Além de Lebedev, Vladmir Markin, porta-voz do Comitê de Investigações da Rússia, também usou o Twitter para elogiar os torcedores. Markin rebateu o promotor francês Brice Robin, que classificou os russos como "bem preparados para ações ultra rápidas e violentas". Segundo ele, os fãs são "homens normais, como eles deveriam ser, o que surpreende os franceses. Isso porque eles se acostumaram em ver 'homens' em paradas gay". 

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Após as respostas de Markin e Lebedev, o porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov declarou a jornalistas que "não compartilha as declarações dos colegas, que em nenhum momento refletem a postura oficial". 

PUNIÇÃO EXAGERADA Depois de a Uefa anunciar nesta terça-feira que aplicou uma punição "em suspenso" à Rússia, informando que a seleção do país será excluída da Eurocopa se incidentes envolvendo os seus torcedores voltarem a acontecer, o ministro do Esporte do país, Vitaly Mutko, afirmou que não recorreria contra esta pena, mas enfatizou que a considerou severa.

"A decisão (de multar a Rússia em 150 mil euros, outra punição aplicada à federação de futebol do país pela Uefa) já era pré-determinada. Foi uma decisão do comitê executivo, agora eles apenas confirmam essa decisão", afirmou o ministro em entrevista para a agência de notícias russa R-Sport, na qual depois enfatizou: "A punição (como um todo) é excessiva, mas não podemos influenciar nela. A multa é enorme, assim como a União de Futebol da Rússia é uma organização não comercial. Não há sentido em apelar, mas o que a seleção tem a ver com isso? Não é culpa dela".