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Autuori: "Futebol se ganha no campo"

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Por Agencia Estado
Atualização:

Na entrevista coletiva após a vitória que deu o tricampeonato da Libertadores ao São Paulo o técnico Paulo Autuori se permitiu um desabafo. "O Atlético foi defensivo em campo e foi agressivo na língua. Ficaram o tempo todo plantando notícias, inventando coisas sobre nós, que trabalhamos de forma honesta o tempo todo", disse. Se havia dúvida a quem se referia, acabaram em seguida. "O Antônio Lopes é um grande treinador, e o Atlético é um grande time, mas eles erraram na estratégia. Futebol se ganha no campo, e isso foi provado uma vez mais." Depois do desabafo, Autuori voltou ao estilo normal. "Estou muito bem, esse título é a coroação de um trabalho que começou com o Cuca, e que teve também a participação do Leão. Eu aproveitei muito do que eles deixaram aqui." Autuori defendeu o seu modo de trabalho, em que não há a presença de alguém personalista, dominando tudo. "Para mim, o modo melhor de trabalhar é em um grupo em que todos se sintam úteis. E que tenham responsabilidades para serem cobrados. Outros, podem pensar de outro jeito e eu respeito, mas prefiro esse estilo." Por que o São Paulo foi campeão? "Nós tivemos muita seriedade, o tempo todo, dentro e fora do campo. E tivemos muita competitividade o tempo todo. Isso fez a diferença." Com Autuori, o São Paulo fez cinco partidas no Morumbi pela Libertadores. Venceu todas, sem sofrer gols. Pela ordem: The Strongest (3 a 0), Palmeiras (2 a 0), Tigres (4 a 0), River Plate (2 a 0) e terminou a campanha com os 4 a 0 de ontem. Quinze gols marcados e nenhum sofrido. É uma das boas recordações que Autuori leva pelo título. O que mais alegria lhe deu, porém, foi a partida contra o River, em Buenos Aires. "Foi maravilhoso vencer lá, na casa deles. Uma alegria enorme, mas não podemos esquecer que eliminamos também o Tigres e o Palmeiras, um dos grandes rivais históricos do São Paulo. Por isso tudo é que ninguém merecia mais do que a gente esse título." Autuori aponta momentos difíceis que o São Paulo enfrentou na competição, e diz que superá-los foi a prova de que o clube poderia chegar ao título. "O verdadeiro campeão é quem supera dificuldades. Nós perdemos o Grafite, por contusão; o Cicinho, para a Copa das Confederações, e os meninos - Edcarlos, Diego Tardelli e Fábio Santos - para o Mundial Sub-20. Foi muito duro passar por isso, mas conseguimos, com muita superação." Autuori não gosta de elogios individuais, mas falou sobre dois jogadores de trajetórias distintas no clube: Rogério Ceni, que nunca vai sair, e Luizão, que já pertence ao Nagoya Grampus. "O Luizão fez exatamente o que um técnico pode esperar de um atacante: gols e muita luta. Nem sempre ele conseguiu marcar, mas nunca deixou de lutar. Muitas vezes, estava na defesa, dando combate aos adversários. E o Rogério Ceni é um profissional de alto nível, alguém que ajuda muito o grupo de trabalho a que pertence." Por fim, Autuori retoma o estilo perfil baixo. "O São Paulo é tri. Isso, sim, é importante. O fato de eu haver ganho meu segundo título é totalmente secundário. A instituição é que deve ser louvada."

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