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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Azarão tricolor

O São Paulo chega à semifinal do Estadual como o mais imprevisível dos concorrentes

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Por Antero Greco
Atualização:

Amigo tricolor, não se aborreça com o escriba da crônica dominical, mas um fato é indesmentível: sua equipe entra na semifinal do Paulistão como a mais imprevisível das quatro (para não dizer a mais frágil). Não se trata de menosprezo, desdém ou outro sentimento menor, porém de constatação ao compará-lo com Palmeiras, Santos (duelantes do sábado) e Corinthians, o obstáculo desta fase.

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O fato de pintar como “quarta força” - lembra de quem carregava a pecha em 2017? - não significa que a rapaziada agora sob orientação de Diego Aguirre esteja eliminada de antemão. Tal hipótese só faria sentido se houvesse maracutaia. E, por mais que não bote a mão no fogo pela FPF, não acredito em desonestidade. Portanto, não se perde de véspera. Fique sereno - ao menos neste aspecto. Confie também na capacidade de times ganharem fôlego extra em clássicos tradicionais.

Pode ocorrer tal fenômeno com o São Paulo, embora sejam vários os desafios a superar. Um deles reside no retrospecto desastroso diante de seus rivais domésticos na história recente. Nas últimas temporadas, independentemente de quem seja o treinador, não há meio de impor-se diante de santistas, palmeirenses e sobretudo corintianos; é uma coleção de quedas. O drama estende-se para confrontos com clubes de outros Estados; todavia, é assunto que fica para outra ocasião...

Muito bem, esses números não significam verdade imutável ou destino já preestabelecido. Servem como parâmetro para palestra motivacional pré-jogo. Aquele papo de superar barreiras, calar críticos, acreditar em si, etc.

Há de levar-se em consideração ainda o estágio de preparação - e aí a preocupação faz sentido. Ambos sofreram baixas, na virada do ano, e receberam gente nova. Com a diferença de que a estrutura de jogo do Corinthians foi mantida, assim como a espinha dorsal na escalação. Além do artífice de tudo, o técnico Fábio Carille. O São Paulo, com dois meses de atividade em 2018, já enfrentou uma crise que resultou na demissão de Dorival Júnior. Ou seja, desperdiçou um período e deve dar tempo para o comandante atual.

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O São Paulo tem, no papel, nomes de atletas rodados e em condições de decidir, pela experiência e capacidade. Casos de Nenê, Diego Souza, Petros, Jucilei, Valdívia (fora de combate). Na prática, não despontou a liga desejada. Aguirre faz testes, em busca do equilíbrio, da mesma forma como Dorival tentava e tentava até ser defenestrado.

Carille tem menos dúvidas, apesar de o elenco não lhe oferecer alternativas em profusão - nisso nada muito diferente de antes. Mas vê Sidcley firmar-se na esquerda, mesmo que não seja um Arana; Henrique ajusta-se no miolo da zaga; Maycon voltou a produzir com regularidade e Ralf devagar cava espaço. Até Sheik contribui com gol aqui e ali. Não há substituto para Jô.

Mais uma questão para a direção são-paulina, hoje formada por ex-boleiros, administrar é a rivalidade explícita entre Jean e Sidão pelo posto de guardião. A dupla concorre nos treinos, nos jogos e... nas redes sociais. Houve ruído, durante a semana, o que se revela inaceitável num grupo em busca de afirmação. Foram colocados panos quentes, ok; e que venha a paz definitiva.

O panorama não se mostra ensolarado para o São Paulo. Nem por isso deve desanimar. “Superação”, termo que o pessoal do futebol gosta de citar, tem de entrar em campo. De preferência, com uma vitória convincente neste domingo. Para aguentar o rojão em Itaquera...

Seleção

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O Brasil teve vitória protocolar, na sexta-feira, diante da Rússia. O amistoso serviu para novas observações de Tite. Importante é ver, na terça-feira, contra a Alemanha, se pode abster-se de Neymar sem grandes riscos. Espero que sim.

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