Azteca deve lotar na final da Copa Ouro

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Por Agencia Estado
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Os torcedores mexicanos preferiam que a final da Copa Ouro fosse contra os Estados Unidos, porque estão engasgados com os norte-americanos desde a eliminação nas oitavas-de-final da Copa do Mundo do ano passado. Mas ter o Brasil pela frente também é motivo de sobra para lotar o estádio Azteca neste domingo, num jogo que contará com a presença do presidente da Fifa, Joseph Blatter. A informação oficial é de que foram colocados à venda 90 mil ingressos. Os mais baratos, no anel superior e atrás dos gols, custam 120 pesos, o equivalente a R$ 36,00. Os mais caros, centrais e próximos do campo, saem por R$ 105,00. Em dias de casa cheia, é um tormento chegar de carro ao Azteca - a melhor opção para o torcedor é pegar um trem e descer na estação que leva o nome do estádio. De carro, é preciso paciência para enfrentar os congestionamentos ou então sair com bastante antecedência. Os cambistas aproveitam os engarrafamentos para agir livremente, oferecendo ingressos como se vendessem balas no semáforo. Eles exibem as mãos cheias de bilhetes e abordam os motoristas que estão parados no trânsito. A ação começa a aproximadamente dois quilômetros do estádio e a negociação vai se desenrolando enquanto os carros se movem lentamente. O respeito dos mexicanos pela seleção brasileira é imenso. Não apenas pela tradição do futebol pentacampeão do mundo, mas também pelo nível de jogo que o time dirigido por Ricardo Gomes está mostrando na competição. Os jornais deram grande destaque à vitória de virada sobre os Estados Unidos e não cansam de derramar elogios para Diego e Kaká. Mas o jogador preferido das crianças mexicanas é Robinho. Ele foi o mais procurado pelos muitos garotos que acompanharam o treino deste sábado no CT do América. "Gosto do jeito que ele dribla. E ele é muito simpático", disse o menino Fernando Vasquez, de 10 anos, que estava todo feliz por ter tirado uma foto ao lado do atacante santista. O último treino da seleção foi marcado pela descontração e por um clima de tietagem semelhante ao que o time vivia em Miami, onde havia muitos brasileiros. Mas desta vez o assédio partia dos próprios mexicanos. O público que acompanhou o treinamento se divertiu muito quando os jogadores atiraram ovos e farinha em Maicon para "homenageá-lo" pelo aniversário - completou 22 anos neste sábado. No meio da confusão, acabou sobrando ovo também para o meia Carlos Alberto e para o atacante Nadson. Carlos Alberto foi atingido por Diego e quando foi em busca de ovos para se vingar, foi brecado pelo técnico Ricardo Gomes. "Deixe a revanche para outro dia", disse o treinador. Kaká riu muito da frustração do jogador do Fluminense e gritou um recado bem-humorado. "O negócio agora é trabalhar para ir ao Pré-Olímpico, garoto." Depois do treino, os meninos demoraram para conseguir chegar ao vestiário, de tanto que pararam para dar autógrafos e posar para fotos. Neste domingo, quando a bola rolar, o carinho dos mexicanos por eles vai acabar. Mas a garotada nem liga. Só quer saber de continuar se divertindo com a bola.

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