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Bandidos queriam US$ 1 mi de Rogério

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Por Agencia Estado
Atualização:

"O seu filho gosta da senhora?". A pergunta em tom de ironia foi repetida algumas vezes pelo seqüestrador durante os três dias em que dona Inês Fidelis Régis, de 57 anos, esteve no cativeiro, em Caraguatatuba, litoral norte paulista. Ela foi libertada pelos policiais da Delegacia Especializada Anti-Seqüestro de Campinas (DEAS) na manhã de quinta feira. Houve tiroteio. Roberta Cristina Santos, de 19 anos, foi presa. Já o outro, identificado como André Luis Ramos, de 33 anos, o Barba, conseguiu fugir e é apontado como o mentor do crime. Segundo o delegado adjunto da DEAS, Edson Jorge Aidar, a quadrilha é formada por 8 integrantes. Barba é responsável pelo seqüestro de Daniela de Carra, 7 anos, solta em outubro de 2003, em Holambra, após pagamento de resgate. Um pouco abatida mas bem-humorada, a mãe do jogador de futebol Rogério, do Sporting de Lisboa, falou com jornalistas na tarde desta sexta feira". "Durante todo o tempo eu rezava e pedia a Deus", disse ela, relembrando a noite de 21 de março quando foi retirada de sua casa no Jardim São Vicente, em Campinas e levada para um destino incerto. "No primeiro dia eles me levaram para perto, acho que aqui em Campinas. Era um porão, sem janelas e uma porta de madeira com correntes", conta. "No dia seguinte me puseram no carro com a cabeça coberta e pegamos uma estrada cheia de curvas. Achei que íamos pra praia", continuou. Apesar do estresse, dona Inês não pensa em sair da cidade ou do País. "Meu filho disse, ?depois agente conversa? ". Sobre um contato com a família, os seqüestradores comentaram que ela teria que escrever uma carta. "Eles queriam US$ 1 milhão e não deu tempo de escrever a tal carta que seria entregue pra minha filha". Resgate - O casal conversava em tom baixo. Um rapaz fazia ameaças de morte, outro usava capuz. A comida vinha de fora. O remédio contra hipertensão foi comprado. A casa era pequena e dona Inês passava o tempo sentada em um colchão. "Eu combinei que não ia fugir, por que sabia que me matariam, então me desamarravam algumas vezes", lembra. "Teve um dia que falei pro rapaz que a vida é difícil mesmo, é preciso ter fé e objetivos e que o meu filho batalhou muito para chegar onde chegou. Quando os policias chegaram eu pensei ?é outra gangue? mas graças a Deus eles se identificaram como policiais de Campinas. E então acabou".

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