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Beckenbauer quer Copa popular em 2006

Por Agencia Estado
Atualização:

Franz Beckenbauer não pretende ver estádios com lugares sobrando na Copa de 2006, como aconteceu no ano passado na Ásia. O maior astro da história do futebol da Alemanha, e hoje presidente do Comitê Organizador do Mundial em seu país, garante que os preços dos ingressos para as 64 partidas da competição terão valores idênticos aos cobrados para o campeonato doméstico. A aposta no consumidor médio lhe dá a certeza de que o torneio se transformará em sucesso de público. "Não tem sentido pedir preços exorbitantes", garantiu o eterno kaiser, capitão da Alemanha campeã do mundo em 74 e treinador no time que conquistou o tri em 90 na Itália. "Nossa intenção é criar uma categoria quase única nos estádios e que se torne acessível para todos os interessados." Para ter o direito de fixar os preços, Beckenbauer teve dura queda-de-braço com a Fifa, que exigia monopólio na negociação dos bilhetes, como em 98 e em 2002. Depois de muita insistência, os alemães conseguiram autonomia para negociar a maior parte dos 3,2 milhões de ingressos que colocarão à disposição nos 12 estádios escolhidos para a Copa. "Alguns setores especiais serão reservados à Fifa, que cobrará o preço que quiser", afirmou Beckenbauer. O ex-jogador está em São Paulo para cumprir agenda extensa em três dias, que inclui atividades sociais ligadas ao 30º aniversário da empresa alemã Würth e à divulgação do próximo Mundial. Calendário - A Copa com 36 participantes é projeto já enterrado e que serviu como balão de ensaio para a América do Sul recuperar a possibilidade de ganhar uma quinta vaga na repescagem com a Oceania. A confirmação do projeto original, de 32 concorrentes, foi um alívio para Beckenbauer. Embora, na época tivesse dito que não haveria problema para os organizadores, ele admitiu que a alteração implicaria mudanças delicadas na fórmula. "É o número adequado", disse o presidente licenciado do Bayern de Munique, mais preocupado com a quantidade excessiva de jogos a que os times são submetidos em cada temporada. A sobrecarga de atividade, em sua avaliação, teve reflexos negativos em várias seleções que caíram nas fases iniciais do Mundial do ano passado. "Torneios na Itália, na Espanha terminaram em cima da hora e os jogadores foram para a Coréia e para o Japão cansados", recordou. "E todos viram o que aconteceu: contusões, como a de Zidane, e desclassificações prematuras." Eternos favoritos - Argentinos e brasileiros, no entanto, continuam a despertar a atenção de Beckenbauer. Os dois gigantes sul-americanos, prevê, estarão mais uma vez na Copa. "Não tem sentido torneio como este sem o Brasil e sem a Argentina", insistiu, para emendar, como gentleman irrecuperável. "Além disso, o Brasil sempre é favorito ao título." A admiração pelo "povo do futebol" se estende a Pelé. Seu ex-companheiro dos tempos de New York Cosmos, na metade dos anos 70, é o primeiro que lhe vem em mente, quando lhe perguntam sobre "o maior" atleta que viu jogar. "E poderia ser diferente?", diverte-se o cartola mais bem-sucedido da Alemanha, 58 anos, que hoje se dedica ao golfe como sua prática esportiva favorita. "Para mim, hoje é difícil jogar futebol", diz o eterno craque. Mas, se o assunto se limitar a uma equipe, a resposta, imediata e inalterada, é Real Madrid. O time espanhol o encanta pelo conjunto da obra nos últimos 50 anos e lhe causa inveja pela força de investimento atual. "O Real conquistou títulos como nenhum outro rival", alega. "Além disso, hoje tem craques como Roberto Carlos, Figo, Zidane, Raúl, Ronaldo, Beckham", enumera, para acrescentar. "Quer escolher o melhor do mundo hoje em dia? Escolha qualquer um desses do Real." A internacionalização do futebol, no entanto, o preocupa. Beckenbauer combate a xenofobia, mas engrossa o coro dos que, principalmente na Europa, acham que a importação excessiva de talentos inibe o crescimento de pratas de casa. "Era necessário que houvesse limite no número de jogadores de fora, mesmo que sejam europeus", defende. O Bayern tem 12 estrangeiros em seu elenco.

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