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Bielsa não vê duelo como decisivo

Por Agencia Estado
Atualização:

Marcelo Bielsa pode estar mais flexível com relação à presença de jornalistas e torcedores nos treinos da seleção argentina - todos foram abertos desde que o time chegou ao Chile, dia 4 -, mas continua com o rigor de sempre para dar entrevistas. Não fala com exclusividade para ninguém, não conversa informalmente com jornalistas no hotel - Ricardo Gomes está sempre aberto a bate-papo na concentração brasileira - e na segunda-feira à noite deu sua única coletiva desde que o time chegou a Viña del Mar, na manhã de sábado. Fiel ao seu estilo de responder olhando para o nada, como se fosse cego - só levantava os olhos quando a pergunta partia de um brasileiro - o treinador falou durante pouco mais de meia hora em uma sala da Universidad Ibañez. E, ao contrário do que afirmam os brasileiros, disse que o jogo desta quarta-feira não decidirá nada. "Não creio que o vencedor possa se considerar quase garantido nos Jogos Olímpicos nem que o perdedor não possa se recuperar, apesar de os dois jogos seguintes serem muito próximos. É uma questão matemática: ninguém se classificará com apenas três pontos e o perdedor ainda poderá chegar a seis, que devem ser suficientes para garantir uma vaga. Tudo vai depender de como cada equipe vai trabalhar em cima do resultado." Embora não classifique o jogo desta quarta-feira como decisivo - "é apenas uma das três partes do caminho para os Jogos Olímpicos" -, Bielsa admite que é um confronto "diferente". "Não há dúvida que a partida contra o Brasil é sempre especial para nós argentinos. É um clássico que sempre influi no ânimo dos jogadores." Ele não concorda com a tese de Ricardo Gomes de que Brasil e Argentina têm mais responsabilidade do que Chile e Paraguai por conviverem com a "obrigação" de conseguir a classificação para a Olimpíada. Bielsa acha que a história não pode ser levada em conta nesse momento e que a briga será muito dura com as outras duas equipes. "Sei que serei muito criticado se a Argentina não se classificar, mas isso não significa que devemos nos sentir obrigados a conseguir a vaga. Os jogadores não podem ser cobrados para ganhar sempre, porque isso é algo impossível." Domingo, o meticuloso treinador argentino - quando não está no campo ele está mergulhado em sua montanha de fitas de vídeo para estudar os adversários - esteve no estádio Playa Ancha para ver os jogos da repescagem. Viu o Brasil sem Diego e Rochemback, o que em sua opinião não foi um grande prejuízo porque "são dois jogadores bastante conhecidos". E observou que o lateral brasileiro que mais apóia é Maicon, o que deixa aberta a possibilidade de mexer em seu time para colocar o lateral-esquerdo Clemente Rodriguez no lugar de Ferreyra. Tática - A Argentina joga no 3-4-3, com Leandro Fernandez marcando pela direita, Burdisso pela esquerda e Gonzalo Rodriguez de líbero. Clemente Rodriguez jogou as duas primeiras partidas como ala pela direita, com Ferreyra na esquerda, Mascherano no meio e Lucho Gonzalez como homem de ligação. Ele cumpriu suspensão na terceira rodada, foi substituído por Medina (Mascherano foi deslocado para a ala direita) e continuou no banco contra o Equador, o que o irritou. Mas nos treinos desta semana ele foi muito exigido por Bielsa pelo lado esquerdo. "Contra o Brasil, Clemente pode ser útil daquele lado." Com ele em sua verdadeira posição, a Argentina pode até mudar o sistema durante o jogo e passar para o 4-4-2, com Leandro Fernandez assumindo a lateral-direita.

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