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Bimba tenta outro ouro para a vela

Por Agencia Estado
Atualização:

Dia de folga, de fazer ioga, comer bem - o que está sendo difícil, na Vila Olímpica - ver as competições pela tevê. Essa foi a programação do tranqüilo Ricardo Winnicki, o "Bimba", na véspera de sua última regata da classe Mistral, a Prancha a Vela, em Agios Kosmas, por mais uma medalha para a vela brasileira. Bimba chegou à decisão na liderança, com 37 pontos perdidos, tendo como principais adversários o israelense Gal Fridman (com 40), o britânico Nick Dempsey (42) e o polonês Przemyslaw Miarczynski (um pouco mais atrás, com 52). Amanhã, chegando em 15º lugar já teria uma medalha de bronze, em sexto ficaria com a prata e com um terceiro garantiria o ouro. Até agora, o atleta só teve uma regata muito ruim, quando terminou em 17º lugar (que é seu descarte - a pior regata na soma dos pontos perdidos para a classificação geral). Vem mantendo a regularidade na ponta das 34 pranchas. Dentre seus resultados em dez regatas, tem dois primeiros lugares e um segundo, o que o coloca à frente do israelense, com dois primeiros e um terceiro, em caso de necessidade de desempate. "Aquela que cheguei em 17º realmente foi uma regata que espero não repetir (a sexta, na sexta-feira passada). Quase à noite, com ondas terríveis, levantadas pelos barcos de imprensa", contou Bimba, mais tranqüilo também por já ter conseguido o melhor resultado de sua classe na história da vela brasileira em Olimpíadas. George Rebello, o "Meu Garoto", foi 12º em Barcelona/92 e o próprio Bimba chegou em 15º em Sydney/2000. É interessante a dificuldade da Mistral no Brasil, segundo o atleta que aprendeu a velejar em Santa Cruz Cabrália, na Bahia. São muitos os praticantes da modalidade, mas apenas como lazer, segundo o vice-campeão mundial no ano passado, na Tailândia. "Nem tenho com quem treinar. O segundo do ranking brasileiro, o Martin Cordioli, de São Paulo, ainda não está entre os 100 do mundo. "Na classe olímpica, é preciso treinar muito, com sol e chuva, vento fraco e vento forte, com ondas ou sem ondas. Não é só esperar o sol e ir velejar, ficar curtindo o mulherio... Tem regulagens por todo lado, um trilho onde corre a vela, mais de dez lugares para se pôr o pé." A prancha a vela existe muito do físico do velejador, que segundo Bimba acaba perdendo de 5 a 6 mil calorias em um dia, como no triatlo. Daí a necessidade de comer bem - o que não tem sido possível na Vila Olímpica, como disse, onde "não tem grandes coisas, só o salmão é um pouco melhor, mas o macarrão não tem nem gosto". Para amanhã, Bimba se sente preparado. "Vou fazer a minha regata, não dá para ficar mudando, tentando coisas diferentes toda hora", diz. E com um incrível apoio dentro d´água: daqueles que não estão na zona de medalhas e que recebe em sua casa de Búzios como amigos - e não como adversários -, para treinos durante todo o ano.

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