Blatter nega responsabilidade sobre trabalhadores no Catar

A Fifa não é responsável pelas condições de trabalho dos funcionários que contribuem para a construção de estádios para a Copa do Mundo de 2022 no Catar, disse o presidente da entidade que controla o futebol mundial, Joseph Blatter, nesta terça-feira. "No Catar eles estão trabalhando em grandes empresas da Alemanha, da França, da Inglaterra e de outros países europeus e elas são responsáveis por seus trabalhadores e não a Fifa", disse Blatter a repórteres em uma visita ao Sri Lanka. Durante décadas, os trabalhadores migrantes, em grande parte da Índia, Sri Lanka, Nepal, Paquistão, Bangladesh e Filipinas, viajavam para o Estado do Golfo, rico em petróleo, para trabalhar como mão-de-obra barata e ajuda doméstica.

PUBLICIDADE

Por RANGA SIRILAL
Atualização:
Blatter isenta a Fifa das condições precárias que vivem os trabalhadores dos estádios para Copa 2022 Foto: M.A.Pushpa Kumara/EFE

O Catar está sob crescente questionamento sobre suas práticas de trabalho, desde que a Fifa concedeu ao país o direito de sediar a Copa do Mundo.

PUBLICIDADE

A Anistia Internacional disse em novembro que o Catar tem sido lento ao responder às preocupações sobre o abuso de trabalhadores migrantes, seis meses depois de estabelecer planos para reformas trabalhistas.

Apesar da pressão global sobre o Catar para resolver relatos de exploração no trabalho, 29.400 pessoas, ou 1,4 por cento da população do Catar, trabalhariam como escravas, em trabalho forçado ou servidão doméstica, de acordo com estimativa de uma ONG.

Mais de 1,6 milhão de trabalhadores estrangeiros são empregados no Catar, onde eles superam a mão de obra local em cerca de 20 para um, segundo o Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais do Catar.

O Ministério do Trabalho afirmou anteriormente em um comunicado que estava empenhado em melhorar as condições dos trabalhadores e já havia feito alterações, como o aumento das multas para os empregadores que retém passaportes ilegalmente, o emprego de mais inspectores do trabalho e o fechamento das empresas que operam em locais inseguros.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.