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Blatter: Santos foi prejudicado

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Por Agencia Estado
Atualização:

Joseph Blatter, presidente da Fifa, admitiu ontem que o Santos foi prejudicado pela Confederação Sul-Americana de Futebol na Libertadores. O clube paulista, garantiu o dirigente, não poderia ter jogado contra o Atlético-PR sem Robinho e Léo - que estão a serviço da seleção na Copa das Confederações. O dirigente aproveitou para bater pesado na Conmebol. "A Sul-Americana não respeitou o calendário da Fifa. Isso é inadmissível", disse o dirigente. Tranqüilo, atencioso com torcedores nas ruas, sorrindo para fotos de fãs do futebol, Blatter concedeu a entrevista à Agência Estado, ontem, depois de visitar o Museu de Arte de Leipzig. Agência Estado - Senhor Blatter, a grande discussão hoje no Brasil é o Santos ter sido eliminado na Libertadores sem contar com Robinho e Léo, jogadores importantes, que estão aqui na Copa das Confederações. De quem é a culpa? Joseph Blatter - As confedereações deveriam respeitar o calendário estabelecido pela Fifa. Não compreendo por que a Sul-Americana colocou as datas da Libertadores no mesmo período da Copa das Confederações. Os dirigentes das confederações ajudaram a elaborar o calendário, deveriam respeitar. Sabiam perfeitamente quais eram as datas do torneio. AE - Tudo bem, mas o Santos ficou com o prejuízo... Blatter - Não foi só o Santos. O Guadalajara (adversário do Atlético-PR nas semifinais da Libertadores) também cedeu cinco jogadores para o México disputar a Copa das Confederações. Permitir isso foi um erro das confederações. AE - No caso do Santos, por que a CBF não cedeu o jogador ao clube ou a Conmebol não mudou as datas da Libertadores? Blatter - Não compreendo a atitude do senhor Nicolás Leoz (presidente da Conmebol). Ele sabe muito bem que a Fifa estabeleceu o período de 15 de junho a 30 de julho para competições internacionais. E veja que o senhor Leoz é vice-presidente do Comitê Organizador da Copa das Confederações, ajudou a fazer o calendário. Deveria ter tomado uma providência. AE - Qual providência? Blatter - Trocar as datas dos jogos do Santos. O clube deveria jogar depois da Copa das Confederações, com todos os seus jogadores. Ou então antes. O que não deveria ocorrer era a sobreposição de torneios. Sinto muito por Leoz. Ele não deveria ter feito isso. Deveria haver complacência com os clubes. Inadmissível tudo isso. AE - A solução não seria a Conmebol e o Brasil seguirem o calendário europeu? Blatter - Não digo europeu, mas o calendário mundial. Todas as confederações deveriam seguir este calendário mundial. Seguir e respeitar. AE - Mas a Copa das Confederações, na verdade, é um teste para o Mundial. Não atrapalha os clubes? Não poderia ser disputada em outra data? Blatter - A Copa das Confederações está no calendário mundial da Fifa. Não é um torneio para testes, é um torneio internacional de suma importância. Veja, agora, estão aqui grandes seleções, todas campeãs de seus continentes, e ainda a campeã do mundo. AE - A Fifa já oficializou a disputa desta Copa de quatro em quatro anos? Blatter - Sim. Antes era disputada de dois em dois anos. Agora será quadrienal, sempre um ano antes e na sede de Copa do Mundo. A próxima será em 2009, na África do Sul (sede do Mundial de 2010). (Neste momento da entrevista, um truculento torcedor grego empurra os repórteres e o fotógrafo, aperta a mão esquerda de Blatter e pede para uma mulher fotografá-los. Blatter sorri. Quando o grego barbudo sai da cena, o presidente da Fifa olha assustado e resmunga: "Que força, que horror. Apertou muito forte." Em seguida, ele conta os dedos das mãos: "Estão aqui os cinco. Ufa.") AE - Só mais uma pergunta, presidente: a Fifa testa novidades na arbitragem na Copa das Confederações. O carrinho vai ser abolido do futebol? Blatter - As regras estão cada vez mais rigorosas. Ora, cabe aos árbitros colocá-las em prática. (Joga os braços para baixo, para mostrar desaprovação com os juízes. Em seguida, vai embora, cercado por seguranças e caminhando tranqüilamente pelas ruas ensolaradas de Leipzig).

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