Blatter vai ignorar Uefa e UE em cota para estrangeiro

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Por DARREN ENNIS
Atualização:

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, pretende ignorar a União Européia e a Uefa no mês que vem para dar prosseguimento a sua tentativa de reduzir o número de jogadores estrangeiros nos clubes europeus, o que pode provocar uma série de processos judiciais, disseram fontes da Fifa. A Uefa por enquanto ignora a proposta de Blatter de restringir a cinco o número de jogadores estrangeiros em cada equipe em campo, o que contraria as regras da UE de livre movimentação de trabalhadores pelos países do bloco. Apesar da postura da Uefa e da oposição da UE, o presidente da Fifa tentará um "acordo de cavalheiros" para a questão entre as associações nacionais, incluindo as da Europa, durante o congresso anual da Fifa, em Sydney, no mês que vem, ignorando a entidade governamental européia, disseram as autoridades da Fifa. A Uefa é favorável a alcançar um acordo com a comissão-executiva da UE sobre a regra dos jogadores formados nos países, que estabelece uma cota para jogadores desenvolvidos pelos clubes mas sem discriminação de nacionalidade. A Fifa alega que isso não vai longe o bastante e permite que haja uma grande exploração de jovens jogadores nos clubes. Para mudar as regras, Blatter precisa de 75 por cento de apoio no Congresso, onde as 208 associações que fazem parte da Fifa são elegíveis para votar individualmente. A Uefa, como entidade, não tem direito a voto. A tensão aumentou entre as duas potências européias após o presidente da Uefa, Michel Platini, ter se recusado a acompanhar Blatter em uma viagem a Bruxelas na semana passada para tentar convencer a UE dos méritos de seu plano, o que levou o presidente da Fifa a cancelar o evento. Em um caso similar sobre o movimento livre de jogadores pelos 27 países-membros do bloco em 1995, as autoridades do esporte foram derrotadas. O julgamento, conhecido como "Lei Bosman", mudou a cara do esporte na Europa para sempre.

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