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Boa fase faz Geninho falar em títulos

O treinador do Santos acredita que a hora de conquistar campeonatos e acabar com o jejum de 16 anos do Paulista chegou.

Por Agencia Estado
Atualização:

O jogo desta quarta-feira tem um importância especial para o Santos. Vencendo o Botafogo, o time de Vila Belmiro garante uma vaga para a final do Rio-São Paulo, conquista mais R$ 1,2 milhão para amenizar a crise e abre perspectiva para o técnico Geninho conquistar seu primeiro título importante como dirigente da equipe santista. "Sempre fiz boas campanhas nos times que dirigi, mas agora trabalho com o objetivo de conquistar títulos e acho que essa hora chegou", disse ele. Quando foi convidado pela diretoria do Santos para retomar o comando técnico da equipe, Geninho não pensou duas vezes. Aceitou, mesmo ganhando menos do que esperava, pois decidiu fazer um investimentos em sua carreira. Assinou contrato de seis meses, na expectativa de fazer um bom trabalho e ter o reconhecimento por isso. Ao assumir, ainda tinha esperanças de que o time teria alguma compensação pela operação desmanche realizada e que provocou a saída de estrelas como Rincón, Edmundo, Valdo e determinou o afastamento de Carlos Germano e Caio, que não concordaram com a redução salarial e estão apenas treinando no CT Rei Pelé. Diante das dificuldades financeiras, o único reforço que recebeu foi o lateral-direito Russo. Assumindo como técnico do Santos pela terceira vez, não se surpreendeu. "Sempre peguei o Santos em situação difícil, nunca como no começo do ano passado, disposto a investir em grandes estrelas". Admite, porém, que sempre encontrou bons jogadores, com alguns destaques, mas ressalvou: "Sempre assumi o Santos atravessando crises e sempre tive que administrar com a diretoria esses problemas". Não conseguiu títulos, mas considera boas as duas campanhas anteriores. "Espero que este ano as coisas melhorem, que a gente faça uma boa campanha, mas, principalmente, conquiste os títulos". Geninho acha que o início da campanha do seu time é até surpreendente e caminha nessa direção. "A diretoria está tentando solucionar os problemas, houve a saída de alguns jogadores de destaque e o time ficou um pouco mais modesto em termo de atletas de nome, mas nem por isso deixou de ser uma boa equipe, de qualidade". Embora satisfeito com o desempenho de sua equipe - invicta no Rio-São Paulo e vencedora de quatro dos cinco jogos disputados no Paulista - Geninho considera que o time ainda está na faixa de "70% daquilo que pode jogar". Conta com o astral do grupo para chegar aos outros 30% e revela que um dos motivos do sucesso foi ter isolado os problemas administrativos das questões de campo. E o que não falta no Santos atual é esse tipo de situação, em que os jogadores recebem salários atrasados, tiveram que renegociar contratos com salários menores e estão preocupados com a crise financeira do clube. Só isso, porém, não basta para tirar o time da situação caótica vivida no ano passado. É aí que entram os ingredientes do experiente Geninho, técnico que aprendeu o ofício tirando equipes do sufoco do descenso e conseguindo bons resultados sempre dirigindo times medianos. "O segredo é trabalhar com muita sinceridade, falando a verdade e atribuindo a cada atleta o mesmo valor, não diferenciando um garoto do júnior de um jogador consagrado". Mantida a igualdade entre os integrantes do grupo, Geninho procura ser muito honesto na hora de escalar o time, comportamento que significa para ele a confiança do grupo. "É preciso passar a eles os problemas que o clube enfrenta e fazer com que acreditem no seu potencial, pois não chegaram ao Santos por acaso". Feito isso, o próximo passo é o campo de futebol. "O atleta não pode se preocupar com nada que não seja jogar e, ao mesmo tempo que existe a cobrança de um trabalho bem feito, procuro dar tranqüilidade para que executem o melhor futebol possível, sabendo que tem alguém no comando que chama para si a responsabilidade pelo erro". Na opinião do técnico, isso tudo acaba fazendo com que haja uma grande integração entre o grupo de jogadores e a comissão técnica. Ele acha que é importante o jogador ver que dá certo fazer o que o treinador pede. "Você treina uma jogada e, durante a partida ela dá certo, sai o gol e o atleta começa a acreditar, evoluindo esse processo para aumentar a credibilidade e para que os resultados aconteçam", reflete Geninho.

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