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Boca Juniors tenta impedir jogo entre River Plate e Cruzeiro

Clube excluído da Libertadores quer jogar 2º tempo de clássico

Por Rodrigo Cavalheiro e correspondente em Buenos Aires
Atualização:

Com pouca chance de êxito, o Boca Juniors recorreu ontem à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) contra a decisão da noite de sábado de eliminar o time da Copa Libertadores e classificar às quartas de final o River Plate, cujo confronto com o Cruzeiro está marcado para quinta-feira às 22 horas em Buenos Aires. O Boca insiste em jogar os 45 minutos restantes do clássico, interrompido no intervalo após torcedores jogarem uma mistura caseira de pimenta em jogadores do River. Cinco ficaram feridos.

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"Solicitamos o retorno do clube à Libertadores e a continuidade da segunda etapa do jogo. Até terça-feira, saberemos o resultado. Se for positivo, fica automaticamente cancelado o jogo entre River e Cruzeiro", informou ao Estado o advogado Eduardo Carlezzo, brasileiro contratado pelo Boca para fazer sua defesa. Caso não tenha êxito na Câmara de Apelações, outro recurso chegaria ao Tribunal Arbitral do Futebol Sul-americano, com sede em Assunção, órgão independente da Conmebol. "Não cogitamos levar o recurso a Fifa", esclareceu Carlezzo. Ele admitiu tratar-se de um caso difícil.

Gravações mostram um trio de torcedores no espaço reservado à 12, a organizada mais conhecida do clube, furando com um sinalizador o túnel inflável pelo qual os jogadores visitantes regressavam ao gramado. Uma perícia no tubo e nas camisetas dos feridos aponta uma mistura caseira de pimenta e ácido, a base da substância usada para o spray de pimenta industrializado. Um homem identificado como Panadero (padeiro) era procurado pela polícia.

A punição anunciada na noite de sábado foi considerada branda na Argentina. O clube não teve sequer a Bombonera interditada. Deverá disputar o próximo torneio continental sem público em seu estádio por quatro jogos e não terá seus torcedores quando jogar como visitante, também por quatro partidas. Uma multa de US$ 200 mil foi aplicada. O recurso envolve também essas sanções.

Segundo o presidente do Boca, Daniel Angeli, a punição abre a possibilidade de um time "ficar refém de torcedores violentos" que queiram fazer o clube perder um jogo. Ele adicionou que o regulamento da Conmebol, parecido com o da Fifa, serve para a sociedade europeia. "Aqui vivemos outra realidade", disse ao diário argentino Olé.

O principal jogador do Boca, o atacante Daniel Osvaldo, criticado por colocar a bola no centro do campo para continuar o jogo enquanto os rivais não conseguiam ver, atacou ontem a Conmebol por Twitter. "O sonho do meu sobrinho foi roubado por cinco gordos de terno em um escritório. Mafiosos!"

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