Botafogo: agora é proibido perder

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Por Agencia Estado
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O retorno à Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro nesta temporada, após ser rebaixado em 2002, ao lado do Palmeiras, trouxe a impressão de que o Botafogo havia superado, sob a gestão do presidente Bebeto de Freitas, a desconfiança sobre o fortalecimento do clube no cenário do futebol brasileiro. Ficou apenas na impressão, pois a realidade mostra exatamente o contrário. O clube carioca, mais do que nunca, corre sério risco de acrescentar mais um marco negativo na história do ano de seu centenário. Problemas dentro e fora de campo se sucedem. Há oito dias, por exemplo, o ex-presidente do Botafogo Carlos Augusto Montenegro reagiu com veemência às críticas de Bebeto de Freitas, que declarou que "aqueles que vão ao clube para tumultuar eu quero mais é que morram". Montenegro pediu respeito "ao jogo democrático" e chegou a comparar Bebeto de Freitas ao ex-ditador do Iraque, Saddam Hussein. Como não bastasse o embate político, a equipe permanece na zona de descenso, com 40 pontos em 38 jogos, na reta final do Brasileiro, dois dias após a derrota para o Palmeiras, por 2 a 1, com um gol aos 44 minutos do segundo tempo. E a proximidade do término do Nacional - faltam apenas oito jogos - não permite ao Botafogo perder mais pontos atuando fora e dentro de casa. Portanto, a pressão que recai sobre o elenco é enorme. Aliás, essa é uma das principais preocupações do técnico Paulo Bonamigo, que apontou o trabalho psicológico como a melhor solução para manter os jogadores motivados e dispostos "a dar a volta por cima". O treinador lembrou que o time não está jogando mal, mas está cedendo o resultado no fim dos jogos. Citou a falha na marcação no gol de empate do Vitória, aos 48 minutos do segundo tempo, em Juiz de Fora, na penúltima rodada, e a expulsão de dois jogadores na derrota para o Palmeiras como exemplos de "coisas que não podem ser repetidas daqui para frente". O semblante dos jogadores hoje era de abatimento no desembarque da equipe no Aeroporto Santos Dumont, no Rio. O futuro nebuloso do Botafogo atormenta quem olha os próximos oito confrontos do time carioca. Terá de somar pontos fora de casa contra São Paulo e Atlético-PR, que lutam pelo título, além do Juventude, 6.º colocado, que ainda briga por uma vaga na Taça Libertadores da América - classificam-se os quatro primeiros. Enfrentará ainda em casa Cruzeiro, Coritiba, Corinthians, Flamengo e Guarani. Estes dois últimos são adversários diretos na luta para não serem rebaixados. A boa notícia, ao menos, ficou por conta da recuperação do mando de campo no confronto de sábado, contra o Cruzeiro, por causa do efeito suspensivo concedido na quarta-feira pelo presidente do STJD, Luiz Zveiter. A decisão de punir o clube havia sido tomada pela 4ª Comissão Disciplinar do tribunal, na sexta-feira, sob a alegação de que o Botafogo não tomara providências capazes de prevenir a atitude de um torcedor, que arremessou garrafa cheia de água no gramado do Caio Martins, durante partida com o São Caetano, em 7 de outubro.

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