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Opinião|Brasil será zebra na Copa do Mundo do Catar

Seleção de Tite tem uma bala de prata para cada uma das 7 partidas do Mundial: Neymar

Foto do author Robson Morelli
Atualização:

A seleção brasileira não deve ter dificuldades para se garantir nesta segunda na final da Copa América, que não queria no País, em jogo diante do Peru. Muito menos de confirmar a primeira colocação nas Eliminatórias Sul-americanas na sequência das rodadas e, assim, se credenciar para mais um Mundial de futebol. É o único time do mundo a participar de todas as edições da Fifa desde 1930. Mesmo assim, o Brasil é zebra na Copa do Mundo do Catar, no ano que vem.

Depois de acompanhar algumas seleções da Europa na Eurocopa e de ver outras tantas na Copa América, inclusive o time de Tite, a seleção tem uma bala de prata para cada uma das sete partidas que precisaria fazer para chegar à decisão e festejar o que seria seu sexto título. O Brasil também é o único país do planeta a ter conquistado cinco vezes a competição.

Tite precisará muito do brilho de Neymar na Copa de 2022 Foto: Wilton Junior / Estadão Conteúdo

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Essa bala de prata se chama Neymar. Se o craque do Paris Saint-Germain estiver a fim, concentrado, com seu cabeleireiro na concentração, e tudo mais o que envolve suas manhas e manias, o Brasil poderá sonhar. Caso contrário, como ocorreu em 2014, quando ele se machucou diante da Colômbia e não voltou mais, e em 2018, quando não estava em suas melhores condições e ainda foi cobrado pelo torcedor com uma série de memes de ‘cai-cai’, a equipe terá novamente dificuldades.

“Eu vi tudo isso e entrei na brincadeira. Meu futebol é de drible e os rivais não vão me deixar passar. Eu tentei jogar para o time. E tinha de ser mais individualista. Minhas costas são bem largas. Levei na boa. Eu não quero ficar sofrendo falta, mas dói e machuca”, disse Neymar à época. Durante a competição na Rússia, rolar no gramado virou brincadeira mundial nas redes.

Cinco anos depois, quando o Brasil estiver no Catar, Neymar vestirá a camisa 10 numa outra situação. A felicidade de 220 milhões de brasileiros estará nos seus pés, amarrados ao seu talento e mimos, gostem ou não todos aqueles que o criticaram nos últimos anos, como eu fiz em muitas ocasiões de jogo.

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Tite sabe disso. O treinador deu conforto a ele na pior fase, após a eliminação do Brasil na Copa da Rússia. Jura que também cobrou seriedade. Como todos nós, Tite acompanhou as partidas da Eurocopa e constatou o que já sabia: há seleções muito fortes no Velho Continente, com times sendo montados em grande estilo, e alguns outros mais bem preparados, com jogadores acima da média, bem fisicamente e excelentes na condição tática. São todos bem treinados e com estilo de jogo mais rápido do que o praticado na América do Sul. 

Lá, houve avanço em todos os processos de formação de uma seleção, mesmo a despeito de menos ginga e invenção dentro de campo. A condição financeira propiciou muito disso, não há dúvidas, é fez nascer um abismo entre os dois continentes no futebol. No Brasil, Neymar seria o único capaz de encurtar essa distância com sua genialidade, assim como a Argentina em relação a Lionel Messi.

Ambos são os únicos em condições de fazer os europeus se dobrarem. Tanto Brasil quanto Argentina têm bons e competentes elencos, todos eles dignos de jogarem nos grandes times da Europa, mas ainda assim em seleções fracas no conjunto, sem dribles e de menor velocidade em qualquer distribuição tática.

Futebol não é, nem nunca será, uma equação exata. Há uma série de detalhes, como gostam de pontuar os treinadores, capazes de mudar a história de um jogo. É verdade. Mas de 2002 para cá, quando o Brasil foi penta, só seleções da Europa ganharam Copas: 2006, a Itália; 2010, a Espanha; 2014, a Alemanha (queria esquecer); e 2018, a França.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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