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Brasil x França: sem o charme de 98

Por Agencia Estado
Atualização:

O reencontro dos craques que decidiram a última Copa do Mundo, no Stade de France, poderia ser o charme do primeiro jogo entre Brasil e França desde aquele 12 de julho de 1998. A ausência de Ronaldo, Rivaldo, Zidane, Dugarry e Henry não somente ofusca a disputa de uma vaga para a final da Copa das Confederações, a partir das 8 horas de Brasília, como também expõe a fragilidade da competição, cujo destino será definido em reunião da Fifa no segundo semestre deste ano. A partida será disputada no Estádio de Suwon, a 60 quilômetros de Seul, com transmissão pela TV Globo. Dos 22 jogadores do Brasil no Mundial, apenas dois estão na Coréia do Sul: os goleiros Dida e Carlos Germano, ambos reservas de Taffarel naquele time. Eles assistiram in loco à vitória da França por 3 a 0. Dida não fala com a imprensa e Germano não gosta de lembrar do dia em que a seleção, incrivelmente apática, sofreu uma das derrotas mais contundentes de sua história. Desde o momento em que Ronaldo passou mal na concentração até a festa dos franceses por toda Paris. "É difícil esquecer aquilo tudo, é um filme que não sai da nossa cabeça." A França vai levar a campo pelo menos três jogadores que atuaram na decisão de 1998: os zagueiros Leboeuf e Marcel Desailly e o lateral-esquerdo Lizarazu. O atacante Zidane, o carrasco do Brasil, não veio para a Copa das Confederações por causa de compromissos pelo seu clube, a Juventus, da Itália. O técnico Roger Lemerre optou por convocar jogadores em atividade no próprio país, na Inglaterra e na Alemanha e deu vez aos mais novos, como o atacante Anelka, de 22 anos, e o lateral Sagnol, de 24 anos. Outros quatro jogadores que compõem o elenco ostentam o título de campeão mundial: Djorkaeff, Patrick Vieira, Robert Pires e Karembeu, os três últimos, na época, como reservas. Há disparates no time do Brasil com relação ao que enfrentou a França em 1998. Em vez, por exemplo, da raça e do entusiasmo de Dunga, hoje estará com a braçadeira de capitão o pouco ou nada eficiente Leomar. Na lateral-direita, troca-se Cafu por Zé Maria, o dos cruzamentos errados. A ausência mais sentida, porém, é no ataque. "Ronaldo" é muito mais que uma referência em qualquer parte do mundo e funciona, aqui, como uma palavra mágica para brasileiros em meio aos sul-coreanos, chineses ou paquistaneses que não falam inglês e desconhecem a existência da língua portuguesa. Dizer apenas "Brasil" para taxistas ou gente comum das ruas de Seul pode não ter nenhum significado. Mas dizer o nome do país e depois "Ronaldo" é como apresentar o passaporte, o cartão de embarque para seguir conversa e, finalmente, arrancar um sorriso dos asiáticos. Por essas e outras é que a Copa das Confederações corre o risco de ser excluída do calendário do futebol. Seu grau de desprestígio pode ser medido pelas informações contidas na revista oficial da competição, publicada pela Fifa. Na ficha do Brasil pode-se ler o nome dos principais "astros" aguardados para o torneio: Rivaldo, Cafu e Ronaldinho, ex-Grêmio. Nenhum dos três veio para o Japão ou Coréia do Sul. Nos dados da França, divulga-se o mesmo com relação a Zidane. Se houver empate entre Brasil e França, haverá uma prorrogação de no máximo 30 minutos - quem fizer o primeiro gol nesse período assegura a classificação para a final, domingo, com o vencedor de Austrália x Japão. Persistindo o empate na prorrogação, a decisão da vaga será obtida em cobranças de pênaltis. Lúcio, com dores no pé esquerdo, pode ceder lugar a Cláudio Caçapa. Brasil - Dida; Zé Maria, Lúcio (Cláudio Caçapa), Edmílson e Léo; Leomar, Fábio Rochemback, Ramon e Carlos Miguel; Washington e Leandro. Técnico - Emerson Leão. França - Rame; Sagnol, Leboeuf, Marcel Desailly e Lizarazu; Patrick Vieira, Robert Pires, Marlet, Wiltord e Djorkaeff (Carriere); e Anelka. Técnico - Roger Lemerre. Local - Estádio de Suwon, 8 horas, em Brasília Juiz - Gamal Ghandour (Egito).

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