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Brasileiro põe em xeque velhos ídolos

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Por Agencia Estado
Atualização:

Romário treinava com seus colegas nas Laranjeiras, enquanto o torcedor Ricardo Gomes de Faria, aborrecido com a má fase do Fluminense, protestava contra o atacante e outros atletas. Irritado, o astro carioca partiu para cima de Ricardo e o agrediu sem dó. O episódio de outubro foi apenas uma mostra do que representou o Campeonato Brasileiro para Romário: pouco futebol, sucessivas contusões, confusões e um forte abalo na imagem quase intocável de um dos maiores atacantes da história. O Brasileiro, sempre disputado e difícil, não esconde defeitos e limitações nem dos maiores craques. A edição de 2003 levantou questionamentos sobre a atual condição de vários ídolos. Aos 37 anos, Romário, o principal deles, garante que prosseguirá jogando bola em 2004 e já negocia a renovação de seu contrato com o clube carioca. "Se o Fluminense me der um time forte, vou continuar e terminar lá." Mas será que vale a pena permanecer no futebol e pôr cada vez mais em risco seu brilhante currículo? As opiniões são variadas. Nos últimos meses, surgiram discussões sobre seu futuro e enquetes foram realizadas pelo País. Embora muitos ex-craques, dirigentes e atletas achem que ele deva pendurar as chuteiras, há os fãs incondicionais, que confiam no futebol de Romário por mais alguns anos. "Ele tem de continuar jogando para mostrar aos mais jovens o que é o futebol moleque, pois é um dos melhores atacantes do mundo", opina César Lemos, centroavante que foi ídolo no Palmeiras e encerrou a carreira no Fluminense aos 33 anos. Edílson, do Flamengo, campeão brasileiro com Palmeiras e Corinthians, ainda não consegue se ver distante dos gramados, mas não é capaz, nem de longe, de manter o nível de anos atrás. Mantém reuniões com a diretoria para definir o futuro, mas os comandantes do Flamengo não escondem que o atacante, de 32 anos, não se trata mais de um atleta imprescindível. Edmundo, que já fora chamado de ?Animal? por suas atuações extraordinárias nos anos 90 por Palmeiras e Vasco, não teve sucesso no retorno ao Brasil depois de algumas temporadas no Japão. Contundiu-se, ficou ausente de muitas rodadas e teve desempenho pífio na medíocre campanha do Vasco, que terminou o Brasileiro na 17ª colocação. Aos 32 anos, ainda interessa a alguns clubes, mas a maior pergunta que os dirigentes fazem é: Edmundo dá mais trabalho aos adversários ou mais problemas aos técnicos e diretores de seu time? Vampeta tornou-se grande dor-de-cabeça para o Corinthians, que não deve renovar seu contrato. Não jogou bem, machucou-se seriamente e faltou a treinos. Ricardinho, ex-meia do Corinthians, vive situação parecida no São Paulo. Embora em nenhum momento tenha sido indisciplinado, decepcionou com fracas atuações. Seu amigo, o técnico Oswaldo de Oliveira, tampouco foi mais feliz em 2003. Demitido do São Paulo, tentou a sorte no Flamengo, com o qual não alcançou resultados expressivos. O Brasileiro, no entanto, além de ter revelado bons treinadores, como Cuca e Bonamigo, e ótimos jogadores, como Nilmar e Dagoberto, não foi só pesadelo para as estrelas do Brasil. Depois de um modesto 2002, o meia Alex, do Cruzeiro, explodiu. Marcou 23 gols, deu 15 assistências e foi um dos grandes responsáveis pelo título de sua equipe. "Foi um ano espetacular não só para mim, mas para a equipe toda. Entramos para a história do clube com três títulos no mesmo ano." E seu técnico, Vanderlei Luxemburgo, voltou a ter temporada de destaque. Retomou o objetivo de dirigir a seleção, embora diga não ter mais obsessão como no passado, e garante que um dia realizará seu sonho: o de ser proprietário de clube.

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