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Brasileiros do Shakhtar Donetsk ficam sem seus carros durante guerra

Máfia russa ocupa a cidade em meio ao conflito e imóveis da região são tomados por separatistas; Clube não conta com torcida

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Por Redação
Atualização:

Os jogadores do Shakhtar Donetsk tiveram seus carros levados pela máfia russa, que ocupou a cidade em meio ao conflito, enquanto muitos deles perderam seus apartamentos, uma vez que os imóveis foram tomados pelos separatistas. O clube de Donetsk foi um dos mais afetados pela guerra, pois sua cidade foi tomada pelo conflito. Atualmente, o Shakhtar não conta com sua torcida, nem com sua sede, e acaba de lançar campanha para convencer torcedores de outras regiões da Ucrânia a ir aos estádios para vê-los jogar. A nova sede do time é um hotel de luxo no centro de Kiev, mas seus jogos são realizados em Lviv, cidade no oeste do país. O clube é propriedade do oligarca Rinat Akhmetov, o homem mais rico da Ucrânia, que, no início da guerra, manteve-se sobre o muro quanto à posição que adotaria. Publicamente apoia a união da Ucrânia e garante ser contra os separatistas que tomaram sua cidade, mas as suas relações com o governo anterior, de Viktor Yanukovych, ainda deixam brechas para duras críticas.

As partidas de futebol na Ucrânia têm servido como ponto de encontro dos cidadãos que querem se engajar na luta contra os russos Foto: Jamil Chade/Estadão

O Estado esteve com atletas e comissão técnica do Shakhtar na capital ucraniana e, se para alguns a situação é ainda de crise, outros elogiam a atitude do clube de isolar os jogadores dos problemas para que possam atuar. O meia Marlos, transferido em meados do ano do Metalist Kharkiv para o Shakhtar, diz que o clube tem se esforçado para isolar os jogadores da crise. “Não temos muita informação do que ocorre em Donetsk”, disse o jogador, um dos 13 brasileiros do time ucraniano. “A comissão técnica prefere nos deixar tranquilos para jogar”, afirmou ele. “O que sabemos é que em Kiev estamos tranquilos.” Marlos já estava na Ucrânia quando o conflito começou e não esteve entre os brasileiros que ameaçaram não voltar ao Shakhtar, em julho. Apesar de estar vivendo um bom momento, ele admite que sabe que a torcida, nas arquibancadas, tem usado os jogos para se expressar sobre a guerra e criticar o presidente russo, Vladimir Putin. “Vemos que existe algo”, comentou. “Nós não sabemos o que é. Mas as torcidas vão aos estádios e soltam algum tipo de energia que está presa. Ali elas têm a possibilidade de dar um grito.” O artilheiro do Campeonato Ucraniano, o ex-palmeirense Cleiton Xavier, do Metalist Kharkiv, admite: “O país está passando por uma difícil situação financeira”. Antonio Carlos, ex-zagueiro da seleção e auxiliar técnico no Shakhtar, diz que muitos jogadores tiveram seus carros roubados. Ele conta que vários atletas tiveram suas casas confiscadas, mas os brasileiros não foram atingidos.

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