Eleito “Jovem Revelação” do Campeonato Catarinense de 2014, quando atuava no Figueirense, o lateral-esquerdo Marquinhos Pedroso acumulou desde então passagens por Grêmio, Gaziantepspor (Turquia) e Ferencváros (Hungria). Mas, aos 25 anos, foi no FC Dallas que ele encontrou o seu porto seguro no ano passado.
“Estou muito feliz nos Estados Unidos. A estrutura do clube e da liga é excepcional. Não penso tão cedo em sair de lá, a não ser que apareça alguma coisa muito, muito de alto nível na Europa”, diz Marquinhos Pedroso para, na sequência, emendar: “Lá não existe essa coisa de salário atrasado”.
Apesar da rápida adaptação (ele já falava inglês quando desembarcou no país), o jogador ainda tem certa dificuldade por conta da parte física. “O jogo é muito corrido. Em média, um atleta corre 11 quilômetros numa partida. No Brasil, a média é 8,5 km, no máximo 10 km. Os americanos são muito bons na parte física e têm ótimo preparo. Já os brasileiros e sul-americanos de modo geral gostam do jogo mais lento, onde a qualidade técnica aparece mais”, conta.
Outro brasileiro que disputará a temporada de 2019 na MLS é o volante Judson, que não pensou duas vezes em trocar o Avaí pelo San Jose Earthquakes no mês passado. “Logo no primeiro momento que recebi a proposta decidi aceitar principalmente por causa da estrutura dos Estados Unidos, que é maravilhosa, e da qualidade de vida que a minha família terá, inclusive na questão dos estudos para as minhas filhas”, disse.
A contratação de Judson foi pedida pelo técnico argentino Matías Almeyda. Ex-jogador com longa passagem pela seleção argentina (conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1996 e disputou as Copas do Mundo de 1998 e 2002), o treinador resolveu apostar no brasileiro por acreditar que, ao aliar habilidade técnica com vigor físico, Judson poderá liderar o Earthquakes. “Seu estilo de jogo incansável ficou muito evidente nos jogos que eu vi. O fato de ele jogar em uma faixa extensa do campo o fará uma peça fundamental de nossa estrutura defensiva”.
Atualmente, 12 brasileiros têm contrato com equipes da MLS. Um dos últimos a se transferir para os Estados Unidos foi o atacante Sergio Santos, que estava no Audax Italiano, do Chile, e assinou em dezembro com o Philadelphia Union. O meia Diego, do Flamengo, interessa ao Orlando City e pode aumentar a lista. O dono do City é o empresário brasileiro Flávio Augusto da Silva.
QUATRO PERGUNTAS PARA...
Artur, volante do Columbus Crew
1. Por qual razão você optou por jogar nos EUA? Joguei na base do São Paulo (conquistou Copa do Brasil e Libertadores Sub-20), fiz algumas partidas no profissional, mas depois fui avisado de que não tinham mais interesse em contar amigo. Foi quando chegou a proposta de empréstimo do Columbus Crew em 2017. Depois de uma temporada jogando nos EUA, eles compraram os meus direitos.
2. Como foi o seu processo de adaptação? Confesso que não tinha muitas informações sobre o futebol nos EUA, mas gostei muito. O nível técnico é muito bom, os jogos são disputados e equilibrados. A organização é muito boa e nenhum clube atrasa salário.
3. Você acredita que mais brasileiros devem jogar nos EUA nas próximas temporadas? A ida do Kaká para o Orlando City (em 2015) ajudou. Além dos brasileiros, há outros jogadores sul-americanos na MLS. Argentinos, colombianos e venezuelanos, por exemplo, são bastante valorizados. Por isso, podemos ter cada vez mais brasileiros nos EUA.
4. Financeiramente o mercado americano é mais atrativo do que alguns países da Europa, por exemplo? Jogo no mesmo time do Federico, irmão do Higuaín (atacante do Milan e da seleção argentina), e recentemente conversamos sobre isso. Pelas regras da liga, apenas alguns jogadores têm permissão para receber salários milionários, mas os valores para os demais atletas têm aumentado a cada ano, e isso é bom.