PUBLICIDADE

Publicidade

Jogadores brasileiros vão para os EUA em busca de estabilidade

Boa estrutura dos clubes e garantia de recebimento do salário sem atraso são os principais atrativos

Foto do author Raphael Ramos
Por Raphael Ramos
Atualização:

Eleito “Jovem Revelação” do Campeonato Catarinense de 2014, quando atuava no Figueirense, o lateral-esquerdo Marquinhos Pedroso acumulou desde então passagens por Grêmio, Gaziantepspor (Turquia) e Ferencváros (Hungria). Mas, aos 25 anos, foi no FC Dallas que ele encontrou o seu porto seguro no ano passado.

“Estou muito feliz nos Estados Unidos. A estrutura do clube e da liga é excepcional. Não penso tão cedo em sair de lá, a não ser que apareça alguma coisa muito, muito de alto nível na Europa”, diz Marquinhos Pedroso para, na sequência, emendar: “Lá não existe essa coisa de salário atrasado”.

Marquinhos Pedroso, lateral doFC Dallas Foto: FC Dallas

PUBLICIDADE

Apesar da rápida adaptação (ele já falava inglês quando desembarcou no país), o jogador ainda tem certa dificuldade por conta da parte física. “O jogo é muito corrido. Em média, um atleta corre 11 quilômetros numa partida. No Brasil, a média é 8,5 km, no máximo 10 km. Os americanos são muito bons na parte física e têm ótimo preparo. Já os brasileiros e sul-americanos de modo geral gostam do jogo mais lento, onde a qualidade técnica aparece mais”, conta.

Outro brasileiro que disputará a temporada de 2019 na MLS é o volante Judson, que não pensou duas vezes em trocar o Avaí pelo San Jose Earthquakes no mês passado. “Logo no primeiro momento que recebi a proposta decidi aceitar principalmente por causa da estrutura dos Estados Unidos, que é maravilhosa, e da qualidade de vida que a minha família terá, inclusive na questão dos estudos para as minhas filhas”, disse.

A contratação de Judson foi pedida pelo técnico argentino Matías Almeyda. Ex-jogador com longa passagem pela seleção argentina (conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1996 e disputou as Copas do Mundo de 1998 e 2002), o treinador resolveu apostar no brasileiro por acreditar que, ao aliar habilidade técnica com vigor físico, Judson poderá liderar o Earthquakes. “Seu estilo de jogo incansável ficou muito evidente nos jogos que eu vi. O fato de ele jogar em uma faixa extensa do campo o fará uma peça fundamental de nossa estrutura defensiva”.

Atualmente, 12 brasileiros têm contrato com equipes da MLS. Um dos últimos a se transferir para os Estados Unidos foi o atacante Sergio Santos, que estava no Audax Italiano, do Chile, e assinou em dezembro com o Philadelphia Union. O meia Diego, do Flamengo, interessa ao Orlando City e pode aumentar a lista. O dono do City é o empresário brasileiro Flávio Augusto da Silva.

QUATRO PERGUNTAS PARA...

Publicidade

Artur, volante do Columbus Crew

Artur, volante do Columbus Crew Foto: Trevor Ruszkowski/USA TODAY Sports

1. Por qual razão você optou por jogar nos EUA? Joguei na base do São Paulo (conquistou Copa do Brasil e Libertadores Sub-20), fiz algumas partidas no profissional, mas depois fui avisado de que não tinham mais interesse em contar amigo. Foi quando chegou a proposta de empréstimo do Columbus Crew em 2017. Depois de uma temporada jogando nos EUA, eles compraram os meus direitos.

2. Como foi o seu processo de adaptação? Confesso que não tinha muitas informações sobre o futebol nos EUA, mas gostei muito. O nível técnico é muito bom, os jogos são disputados e equilibrados. A organização é muito boa e nenhum clube atrasa salário.

PUBLICIDADE

3. Você acredita que mais brasileiros devem jogar nos EUA nas próximas temporadas? A ida do Kaká para o Orlando City (em 2015) ajudou. Além dos brasileiros, há outros jogadores sul-americanos na MLS. Argentinos, colombianos e venezuelanos, por exemplo, são bastante valorizados. Por isso, podemos ter cada vez mais brasileiros nos EUA.

4. Financeiramente o mercado americano é mais atrativo do que alguns países da Europa, por exemplo? Jogo no mesmo time do Federico, irmão do Higuaín (atacante do Milan e da seleção argentina), e recentemente conversamos sobre isso. Pelas regras da liga, apenas alguns jogadores têm permissão para receber salários milionários, mas os valores para os demais atletas têm aumentado a cada ano, e isso é bom.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.