Brasília espera jogo com ?baile-funk?

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Por Agencia Estado
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A Federação Metropolitana de Futebol de Brasília transformou as horas que antecederam o jogo deste domingo da Seleção Brasileira com o Chile num baile funk ao ar livre. O sistema de som montado no Estádio Mané Garrincha era de fazer inveja às grandes bandas. O som ecoava limpo e alto pelas arquibancadas. Não havia quem conseguisse ficar sem balançar o corpo. O show foi comandado por um DJ e por um apresentador, desses de auditório, que tentava levantar o astral da moçada o tempo todo. Conforto no Mané Garrincha não existe. Nem para o torcedor nem para quem trabalha. A CBF, quando aprovou a partida, preocupou-se apenas com as condições do gramado. A grama estava alta mas foi aparada a pedido do técnico Parreira. Os lugares mais bem localizados ficavam em três camarotes construídos para receber convidados de empresas patrocinadoreas. Nesses setores, todos ficaram sentados em cadeiras, com serviço de alimentação durante a disputa. Também não houve espaço para qualquer contratempo. O policiamento foi ostensivo desde três horas antes de a partida começar. Havia dois mil policiais trabalhando, a maioria dentro do estádio. O Choque, com seus escudos e cães da raça pastor alemão, posicionou-se mais próximo aos bancos de reservas. A federação local ainda contratou por R$ 60 os serviços de 300 seguranças, que organizaram os setores privativos do Mané Garrincha. Às 2h da tarde, o estádio já tinha metade de sua capacidade tomada. Perto das 3h começou um show do Fala Mansa. Eles tocaram num espaço improvisado na pista de atletismo, de frente para as numeradas. O estádio foi ao delírio com o remelexo da banda, que pediu energia positiva para o Brasil. Daniela Mercury cantou o Hino Nacional e Latino alegrou o intervalo. O Ministério do Esporte e da Cultura do governo Lula fizeram bonito ao promover no estádio ontem a campanha ?Ler também é uma Paixão?, distribuindo um livro de bolso, de 16 páginas, com crônicas do escritor gaúcho e um apaixonado por futebol, Luís Fernando Veríssimo. As crônicas escolhidas foram o Apito, Futebol de Rua e A Aliança. O torcedor de Brasília abriu mão de se manifestar contra a atual política do governo e seus escandâlos. O governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, recebeu seus convidados num bonito camarote. Mais dinheiro - Segundo a Federação de Brasília, a CBF lucrou com as bilheterias do Mané Garrincha cerca de R$ 1,7 milhão. 39.600 ingressos foram vendidos a preços que variaram de R$ 70 a R$ 300. Desse total, R$ 200 mil foram gastos com a organização do evento. A federação de futebol da Capital Federal arrecadou R$ 120 mil.

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