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Breitner detona o futebol alemão

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Por Agencia Estado
Atualização:

A língua de Paul Breitner continua afiada. O craque alemão que foi famoso não apenas por sua habilidade e tiros certeiros mas também pelas opiniões polêmicas e gênio rebelde, disse ontem em São Paulo - onde participou de um evento de promoção da Copa do Mundo organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Alemanha - que o seu país é um dos principais responsáveis pela queda na qualidade do futebol nos últimos 30 anos. "A Alemanha contribuiu muito para a piora no futebol porque nessas três décadas deu mais valor à força do que à técnica." Breitner, 53 anos de idade, tem autoridade para falar assim. Em seu tempo de jogador era um esteta da bola, um artista que brilhou no Bayern de Munique, na seleção e no Real Madrid. Começou como lateral-esquerdo, posição em que sagrou-se campeão do mundo em 1974 ao lado de craques da estirpe de Beckenbauer e Overath. Mas seu talento era grande demais para se equilibrar sobre a linha lateral e logo ele passou a jogar no meio-de-campo. Nessa nova posição, foi vice-campeão na Copa de 1982. "Os alemães têm que se espelhar nos brasileiros e argentinos, modelos a seguir para quem quer jogar com técnica", disse. Em seguida, fez uma comparação bem-humorada: "Quando um brasileiro está com a bola, parece que ela faz parte do seu corpo. Quando é um alemão, a bola freqüentemente torna-se um inimigo que precisa ser controlado." Sua decepção com o que vê hoje no futebol alemão é tão grande que ele não apostaria um centavo no sucesso da seleção na Copa do Mundo do ano que vem. "Se a Copa fosse hoje, não tenho dúvida de que a Alemanha não teria chance de chegar à final. O ideal seria que o Mundial fosse daqui a uns dois ou quatro anos, para que a equipe pudesse melhorar." Para Breitner, o favorito ao título é a Seleção Brasileira. "E não digo isso para fazer média por estar aqui em São Paulo. O Brasil tem os melhores jogadores e a vantagem de muitos deles brilharem no futebol europeu. Eles sabem como jogar e vencer na Europa." No final da coletiva, mostrou que sabe reconhecer o que é bom na Alemanha. Pediu um copão de cerveja e "matou" com gosto.

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