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Briga no treino expõe crise palmeirense

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os jogadores do Palmeiras colocaram novamente o comando do técnico Jair Picerni em discussão. Depois das noitadas de Vágner Love, Diego Souza, Adãozinho e Lúcio, que ajudaram o clube a ser eliminado nas semifinais do Paulista, o clima voltou a piorar com uma briga entre os jogadores, na manhã deste sábado, na Academia. Como se o gramado fosse uma arena de vale-tudo, Marcos e Munõz trocaram socos e pontapés e acabaram com o treino. Em fevereiro, Magrão e Alceu já tinham feito o mesmo. A briga não poderia ter sido mais absurda e infantil. Marcos e Muñhoz estavam disputando um rachão, no mesmo time, que estava sendo goleado por 5 a 0. O goleiro se irritou com a aparente falta de empenho do atacante e resolveu cobrá-lo. "Corre seu colombiano f.d.p.", teria gritado Marcos. Muñoz retrucou. "F.d.p. é você." Marcos não pensou duas vezes e deu um chute de perna direita na esquerda do companheiro. O colombiano de 1,63 m e 66 kg surpreendeu a todos, principalmente o goleiro. Deu um violento soco, que acertou no lábio superior e no nariz do oponente de 1,93 m e 93 kg. Quando sentiu o sangue escorrendo pelo rosto, Marcos ficou louco. Teve de ser agarrado pelos companheiros. Enquanto isso, outros protegiam Muñoz. Constrangido, Jair Picerni reuniu os jogadores no centro do gramado e reclamou dos briguentos. E Marcos foi atendido pelo médico Vinícius Martins. "O soco atingiu o nariz. Cortou alguns vasos e por isso sangrou tanto. Mas pegou de raspão. Se pegasse em cheio poderia ter quebrado algum osso. O Marcos está bem", disse o médico. "E o pontapé que o Muñoz recebeu na perna esquerda não teve maiores conseqüências. Os dois poderão jogar contra o Atlético Mineiro na quarta-feira", completou Vinícius Martins. Depois da confusão no campo, o que aconteceu lembrou brigas de colegiais. Muñoz ficou com medo de reencontrar Marcos no vestiário. O goleiro estava possesso, sendo acalmado com dificuldade pelo médico e pelo preparador Carlos Pracidelli. Inconformado, queria continuar a briga. Só que Muñoz percebeu que não teria condições de enfrentar Marcos em um combate longo e por isso, o colombiano ficou esperando sentado no gramado por mais de 40 minutos. Os jogadores disseram que Marcos queria bater nele. Ficou até saber que o companheiro já havia ido embora da Academia. Como já virou costume no clube, o diretor de futebol, Mário Gianinni, não estava no treinamento. Ele foge das entrevistas em questões importantes do Palmeiras. A omissão do dirigente serve apenas para encorajar os jogadores a desrespeitar Jair Picerni. Durante a semana, Elson havia criticado duramente o treinador por ter perdido a posição de titular. Os baladeiros não foram punidos. Marcos e Muñoz não deram entrevistas. Assim como Picerni, que outra vez teve de sair constrangido de um treino. "Os caras brigam e só eu dou entrevista. É sempre assim no Palmeiras", ironizou Magrão, para depois desabafar. "Não acreditei no que eu vi. O motivo foi muito besta para essa briga."

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